Sábado, 26 de janeiro de 2013
Senador é suspeito de usar notas frias para comprovar que ele, e não o lobista de empreiteira, pagou suas despesas particulares
O procurador Geral da República, Roberto Gurgel, denunciou o
candidato favorito a tornar-se o próximo presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL), no caso das notas dos “bois de Alagoas”, derivado
das suspeitas de ter despesas particulares pagas por um lobista de
empreiteira após o parlamentar ter um filho com a jornalista Mônica
Veloso. A denúncia no inquérito 2593 foi apresentada na sexta-feira (25)
ao relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo
Lewandowski. A papelada já soma mais de 5.600 folhas.
Em 2007, Renan foi acusado por Mônica Veloso, sua ex-amante, de usar
dinheiro do lobista Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, para
pagar suas despesas com a pensão do filho e do aluguel da jornalista.
Para comprovar que tinha condições de arcar com os gastos sozinho, o
senador apresentou notas fiscais de vendas de bois. Mas a Polícia
Federal apontou que aqueles documentos não garantiam recursos para
quitar a pensão. Também afirmou que os papéis não comprovavam a venda de
gado. Havia a suspeita que as notas eram frias. O caso levou o senador a
deixar a presidência do Senado, cargo que agora volta a postular