Sexta, 10 de maio de 2013
Renata Giraldi*
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Ministério Público da Guatemala reiterou à Justiça
Nacional o pedido de condenação para um total de 75 anos de prisão,
somando todos os crimes, do ex-presidente do país José Efraín Ríos
Montt, de 86 anos, e o ex-chefe do serviço de inteligência José
Rodríguez. Ambos são acusados de responsabilidade em genocídios e crimes
de guerra cometidos contra 1.771 indígenas da etnia Ixil, no período
que estiveram no poder, entre 1982 e 1983.
O procurador Orlando López destacou o pedido foi feito com base nas
provas apresentadas e no Código Penal do país. O Ministério Público
solicitou ainda penas de reabilitação social para ambos, como a
revogação da prisão domiciliar do ex-presidente.
López lembrou que Ríos Montt, quando presidente, foi também
comandante-geral do Exército e ministro da Defesa. "O Exército matou
oito vezes mai indígenas do que em outros tempos. O Exército da
Guatemala cometeu genocídio em uma área da etnia Ixil. Os crimes foram
cometidos porque eles [os indígenas] foram considerados inimigos
internos", disse.
O processo de Ríos Montt e Rodríguez envolve 98 testemunhas. Ambos
são acusados da morte de 1.771 indígenas da etnia Ixil, dos quais 38%
eram crianças e adolescentes, na região de Quiché, no período de 1982 e
1983. O julgamento do caso já foi adiado várias vezes.
*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur.