Quinta, 1º de agosto de 2013
Por Siro Darlan, desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e membro da Associação Juízes para a Democracia.
Diante do cinismo do poder politico que não se deu conta de seu papel
politico de representação da vontade popular, apos anos de uma
assistência passiva ao que fazem os políticos e administradores públicos
com a coisa publica sem qualquer respeito as suas finalidades
republicanas o poder social se manifestou nas ruas como um gigante que
acorda de um longo período de sono.
Após os anos de chumbo, o povo aguardou ansioso que os homens que
haviam sido alijados da vida publica por um regime e exceção tivessem
voltado ao poder não apenas para trazer de volta a democracia, mas para
resgatar a confiança popular. Contudo ainda não apareceu no cenário
politico a liderança capaz de seduzir unir e levar o Brasil ao lugar que
o povo e sua privilegiada natureza desejam.
O mundo globalizado em que se vive esta em movimento e em constante
mutua influencia. Após a queda do muro de Berlin, muitas primaveras se
multiplicaram para combater as desigualdades sociais herdadas das
gerações excludentes dos regimes políticos de exceção. A marginalidade e
a exclusão social coexistem com o esplendor explosivo das redes sociais
gerando na classe media emergente consenso negativo em razão das
privações, violências e atos de corrupção que agravam a cada dia a
miséria do povo trabalhador.
Frente, portanto as carências nos setores essenciais de saúde,
educação, transporte publico, e, sobretudo de confiança no setor
politico, o povo reage ocupando as ruas clamando por mudanças. A mentira
e falta de coragem com que os dirigentes políticos têm tratados os
temas agendados pode servir para agravar a descrença popular e aumentar o
tom dos protestos.
E chegada a hora dos responsáveis pela administração publica e
representação popular retirarem suas mascaras de hipocrisia, fazer uma
confissão publica, como sugeriu, mas não fez o prefeito do Rio, e como
penitencia dar inicio a uma profunda mudança na relação com a coisa
publica e com a sociedade, investindo na honestidade na execução do
orçamento priorizando a pauta exigida pela população nas ruas.