Segunda, 19 de agosto de 2013
Akemi Nitahara, repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Passados 25 anos da criação do modelo de estruturação do Sistema Único de Saúde (SUS), feito a partir da Constituição Federal de 1988, o projeto não saiu do papel. A opinião é do presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (Sinmed-RJ), Jorge Darze.
“No Rio de Janeiro o que está faltando é implantar o SUS. Na verdade o que nós temos é um arremedo de SUS, nós ainda temos no Rio de Janeiro as três esferas de governo fazendo a gestão de suas próprias unidades, cada uma olhando para o seu umbigo, esquecendo que o sistema é único”, disse o sindicalista.
Para ela, a principal melhoria foi a universalização do atendimento. “O sistema agora é único, ou seja, toda a população pode utilizar, o que é um avanço em relação ao modelo anterior e até em relação a muitos países mais desenvolvidos. Nós temos que continuar investindo, a parcela precisa aumentar, as demandas são crescentes, há um envelhecimento da população, há um avanço de tecnologia, com custos crescentes e a gente precisa melhorar na questão do financiamento”, admite a subsecretária.
Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), mostram que a rede de atenção básica na cidade passa por uma reestruturação. Nos últimos anos, foram inauguradas 70 clínicas da família, que cobrem agora 41% da população; os hospitais Evandro Freire, na Ilha do Governador; e Pedro II, em Santa Cruz; além de duas maternidades, o Hospital Maternidade Maria Amélia Buarque de Hollanda, no centro; e o Hospital da Mulher Mariska Ribeiro, em Bangu. Também estão já em atividade sete novos centros de Atenção Psicossocial (CAPs).
A SMS oferece os serviços em 200 centros municipais de Saúde (CMS), para o atendimento básico; nove policlínicas de atenção secundária e ambulatorial especializada; 13 centros de Atenção Psicossocial para saúde mental; 14 unidades de Pronto-Atendimento (UPAs), que fazem cerca de 100 mil atendimentos mensais cada; e cinco coordenações regionais de Emergência (CER),que ficam ao lado de grandes emergências de hospitais, para atender casos menos graves. A rede pública da cidade do Rio conta, ainda, com seis hospitais de emergência e dois de pronto-atendimento; seis hospitais especializados, três unidades psiquiátricas, três hospitais pediátricos e um de geriatria, que atendem encaminhamentos da atenção básica; dez maternidades e uma casa de parto.
Na rede estadual de assistência à saúde, são 52 unidades de Pronto-Atendimento ; 21 hospitais, sendo seis com maternidade, e oito na capital; seis institutos estaduais, especializados em hematologia, cardiologia, dermatologia, diabetes, endocrinologia, doenças do tórax e infectologia; dois postos de Atendimento Médico (PAM); o Centro de Diagnóstico por Imagem (Rio Imagem); e o Centro de Tratamento Psiquiátrico e de Adictos, para dependentes químicos.
A SES também mantém o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192), na capital; o Instituto Vital Brasil, que faz pesquisa e produz soros e medicamentos; centros de hidratação contra a dengue e 18 farmácias populares, sendo seis no município do Rio. A assessoria da secretaria estadual destaca o aumento do número de leitos de unidades de terapia intensiva (UTIs) mantidos pelo estado, que passou de 269, em 2006, para 992, em 2013; os partos passaram de 15,2 mil para 23,4 mil; e o número de exames de imagem subiu de 25,3 mil, em 2007, para 595,3 mil, em 2012.