Quinta, 19 de dezembro de 2013
Da Revista Veja
19/12/2013 - 16:05
Segundo o Ministério Público, a licitação para substituir toda a frota de ônibus do Distrito Federal beneficiou empresas do grupo Nenê Constantino
Hugo Marques, de Brasília
       
          
              O governador do DF, Agnelo Queiroz: licitação suspeita
              (Beto Barata/AE)
          
O Ministério Público do Distrito Federal defendeu na Justiça de 
Brasília a suspensão da execução dos contratos das empresas de 
transporte público, por entender que houve “superfaturamento das tarifas
 oferecidas pelas empresas vencedoras”. A manifestação do procurador 
Cláudio João Medeiros Miyagawa Freire, feita com base em parecer do 
Ministério Público de Contas local, questiona uma licitação de quase 10 
bilhões de reais do DF para a substituição de toda a frota do transporte
 público.
Segundo processo que corre na Justiça de Brasília, as empresas que 
ofereciam tarifas de ônibus bem menores foram desclassificadas na 
licitação. O MP também concluiu que houve participação ativa de pessoas 
estranhas à Comissão de Licitação no julgamento das habilitações, nas 
respostas a recursos e julgamento das propostas financeiras, uma espécie
 de consultoria jurídica privada sem qualquer contrato direto com a 
Administração Pública.
O promotor concluiu ainda que a licitação beneficiou empresas do mesmo 
grupo econômico. Trata-se do grupo Nenê Constantino, que levou duas das 
cinco linhas de ônibus em Brasília. Somente cinco grandes empresas foram
 classificadas, para as cinco linhas disponíveis na licitação 
bilionária. Duas linhas mais rentáveis e com maior previsão de expansão 
populacional ficaram com o grupo de Nenê Constantino. Dois membros da 
Comissão de Licitação consignaram em documento que não estavam lendo os 
relatórios que assinavam, mas que tinham que assinar, por determinação 
do governo local. Esses documentos não foram anexados ao processo 
oficial da comissão de licitação, mas já estão em poder do Ministério 
Público do DF.
O processo para derrubar a licitação é movido pela deputada Celina Leão 
(PDT-DF). “A cidade inteira espera ônibus novos, mas a licitação não 
pode lesar o erário”, diz a deputada.
Procurada pelo site de VEJA, a assessoria do governador Agnelo Queiroz (PT) não se manifestou.
= = = = = = = = = = = =
Leia mais sobre o assunto
= = = = = = = = = = = =
Leia mais sobre o assunto
 
 
 
