Terça, 29 de abril de 2014
André
Richter - Repórter da Agência Brasil
O
juiz Sergio Fernando Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, aceitou hoje (29)
mais uma denúncia apresentada pelo Ministério Público (MP) contra o ex-diretor
da Petrobras Paulo Roberto Costa. Desta vez, além de Costa, as duas filhas
dele, Arianna e Shanni Costa, e os dois genros, são acusados de obstruir as
investigações da Operação Lava Jato, da Polícia Federal.
Segundo
a denúncia, Paulo Roberto Costa é acusado de ordenar que seus parentes fossem
ao seu escritório de consultoria para retirar documentos e quantias em dinheiro
“que interessava à prova das infrações penais sob investigação”, no momento em
que a operação foi desencadeada. A presença dos parentes foi flagrada por
câmeras de segurança do local.
“Se
a visita dos familiares ao local, naquela data e horário, para retirada de
material foi, como alega a defesa, mera coincidência peculiar, é questão de
mérito que só pode ser resolvida ao final. Nessa fase, tal argumentação não
tem, pelo menos, a plausibilidade necessária para infirmar o recebimento da
denúncia”, decidiu o juiz.
Na
semana passada, o juiz Sergio Moro recebeu outra denúncia contra Paulo Roberto
Costa e o doleiro Alberto Youssef por desvios de recursos públicos na
construção da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, em Pernambuco.
Deflagrada
no dia 17 de março, a Operação Lava Jato, da Polícia Federal, desarticulou uma
organização que tinha como objetivo a lavagem de dinheiro em seis estados e no
Distrito Federal. De acordo com as informações do Conselho de Controle de
Atividades Financeiras, os acusados movimentaram mais de R$ 10 bilhões.
Segundo
a polícia, o grupo investigado, “além de envolver alguns dos principais
personagens do mercado clandestino de câmbio no Brasil”, é responsável pela
movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e
jurídicas envolvidas em crimes como tráfico internacional de drogas, corrupção
de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e
contrabando de pedras preciosas, além de desvio de recursos públicos.
A
operação foi intitulada Lava Jato porque o grupo usava uma rede de lavanderias
e postos de combustíveis para movimentar o dinheiro.