Sexta, 25 de abril de 2014
Por Celso Lungaretti
Deu no Painel da Folha de S. Paulo, conforme vocês podem conferir aqui:
“Alô, doutor Paulo? Aqui é o Padilha. Sabe onde eu estou?”
Eram quase 13h30 desta quinta-feira (24) quando o pré-candidato do PT ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha, tirou o celular do bolso e telefonou para o deputado federal Paulo Maluf (SP), presidente estadual do PP paulista...
Padilha informou ao deputado que estava a bordo de um barco na eclusa de Barra Bonita, que (...) foi construída sob o comando do deputado em 1973, quando era secretário de Transportes do Estado.
“Perguntei por aqui quem tinha feito a obra da eclusa e todo mundo acertou de cara. E está tudo ótimo, viu? Estou muito animado”, disse o petista ao telefone.
A corte foi feita a Maluf em momento estratégico. O PT começa a fechar o apoio dos partidos que irão compor a chapa de Padilha na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Talvez o Maluf volte a exigir que Lula e o poste da vez compareçam à sua
mansão nos Jardins para beijarem-lhe a mão na presença da imprensa
escrita, falada e televisada.
Afinal, apesar da repercussão pra lá de negativa daquelas imagens
constrangedoras, o Fernando Haddad acabou sendo eleito prefeito de São
Paulo em 2012, atestando que a imoralidade e o oportunismo político
podem triunfar sobre a virtude.
Não tenho dúvidas de que, se tal condição for colocada, o PT novamente
avaliará a promiscuidade com os filhotes da ditadura como um preço justo
a pagar pelo apoio eleitoral dos ditos cujos (ou será sujos?).
O Padilha poderá até sentir-se mais à vontade no papel do que o Haddad,
cujo constrangimento era visível. Afinal, segundo o noticiário, ele
parece manter ótimas relações com outros criminosos do colarinho branco.
Viver envilece, sentenciou o escritor francês Maurice Druon. E como!