Terça, 1º de abril de 2014
Da Pública
Agência de Reportagem e Jornalismo Investigativo
Documentação obtida por pesquisador na França traz detalhes sobre
atividades de Paul Aussaresses, o carrasco de Argel, adido militar no
Brasil dos anos 70
Ninguém sabe por que o velho general resolveu abrir o jogo com a
jornalista Florence Beaugé no início do milênio. Mas a entrevista,
estampada na edição do Le Monde de 23 de novembro de 2000, caiu como uma
bomba na França e na Argélia. Há tempos os historiadores e jornalistas
buscavam o testemunho de um militar sobre os métodos atrozes utilizados
pelos franceses contra os militantes da Frente de Libertação Nacional
(FLN) durante a guerra de independência da Argélia (1955-1962). Paul
Aussaresses, à época com 82 anos, reconheceu a prática de torturas, os
desaparecimentos para encobrir assassinatos, as execuções, os esquadrões
da morte. Dizia não se arrepender de nada. “A tortura pode ser
necessária contra o terrorismo”, declarou ao Le Monde. Mas até o seu falecimento, em dezembro do ano passado, não revelou a identidade dos homens de seus esquadrões da morte.
Não era o depoimento de qualquer militar. Aussaresses era considerado um dos oficiais franceses mais capacitados em contra-insurgência. “Um homem extremamente culto, fluente em seis idiomas, capaz de recitar poesia”, nas palavras da jornalista Beaugé. Formado em Londres durante a II Guerra Mundial na área de inteligência, tornou-se comandante da brigada de paraquedistas “El 11e Choc” , o braço armado dos serviços secretos franceses no exterior. Anos depois, em seu primeiro livro de memórias (“Serviços especiais – Argélia 1955-1957, meu testemunho sobre a tortura”) publicado em 2001, explicou claramente sua missão: “fazer o que chamávamos ‘guerra psicológica’, em todos os lugares que fosse necessário, como na Indochina. Preparava meus homens para realizar operações clandestinas, colocação de bombas, ações de sabotagem ou a eliminação de inimigos".
Leia a íntegra na Pública
Não era o depoimento de qualquer militar. Aussaresses era considerado um dos oficiais franceses mais capacitados em contra-insurgência. “Um homem extremamente culto, fluente em seis idiomas, capaz de recitar poesia”, nas palavras da jornalista Beaugé. Formado em Londres durante a II Guerra Mundial na área de inteligência, tornou-se comandante da brigada de paraquedistas “El 11e Choc” , o braço armado dos serviços secretos franceses no exterior. Anos depois, em seu primeiro livro de memórias (“Serviços especiais – Argélia 1955-1957, meu testemunho sobre a tortura”) publicado em 2001, explicou claramente sua missão: “fazer o que chamávamos ‘guerra psicológica’, em todos os lugares que fosse necessário, como na Indochina. Preparava meus homens para realizar operações clandestinas, colocação de bombas, ações de sabotagem ou a eliminação de inimigos".
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