Quarta, 18 de março de 2015
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
A 8ª Câmara Criminal do Rio de Janeiro decidiu hoje (18) que os
ativistas Fabio Raposo Barbosa e Caio Silva de Souza, acusados de atirar
o rojão que provocou a morte do cinegrafista Santiago Andrade, em
fevereiro de 2014, não responderão mais por homicídio doloso e deverão
ser libertados.
Andrade foi atingido pelo rojão durante
manifestação no dia 6 de fevereiro do ano passado, na Central do Brasil,
e morreu quatro dias depois.
A acusação de crime doloso foi
desclassificada atendendo a recurso do defensor público Felipe Lima de
Almeida, que representa um dos réus. No entanto, foi mantida a acusação
de explosão seguida de morte. Os dois poderão aguardar o julgamento em
liberdade.
O alvará de soltura dos jovens já foi expedido pela
Justiça do Rio de Janeiro e a expectativa do advogado Marino D'Icarahy é
que eles sejam libertados até amanhã (19). O Ministério Público do Rio
de Janeiro (MPRJ), porém, poderá recorrer da decisão. Procurado pela Agência Brasil,
o órgão informou que a “2ª Procuradoria de Justiça junto à 8ª Câmara
Criminal aguarda o envio do acórdão, que será analisado pela procuradora
responsável”.
Segundo D'Icarahy, Barbosa e Souza já haviam recebido habeas corpus no processo que envolve 23 ativistas. “Eles já estão beneficiados por esse habeas corpus e hoje está saindo um novo por esse processo do Santiago”.
O
advogado disse que a acusação de homicídio doloso triplamente
qualificado era injusta. “Essa acusação bárbara caiu com a decisão da 8ª
Câmara Criminal”.
Sobre a possibilidade de que o MPRJ recorra da
libertação, D'Icarahy disse que a medida será um “murro em ponta de
faca”. Segundo ele, o que o Ministério Público pode fazer é oferecer
nova denúncia por crime culposo (quando não há intenção de matar).
“Esses rapazes jamais tiveram a intenção de matar alguém ou assumiram
sequer o risco disso”, argumentou.