Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 25 de agosto de 2022

Setor imobiliário se insurge contra a redução da Flona

Quinta, 25 de agosto de 2022

Do Blog Brasília, por Chico Sant'Anna

Pelo o que foi aprovado, 44% da unidade de conservação deixarão de existir enquanto unidade de conservação. As entidades signatárias ressaltam que a área a ser extirpada da Flona protege mananciais que abastecem a barragem do Rio Descoberto, responsável pelo abastecimento d’água potável de 70% da população de Brasília.

Por Chico Sant’Anna

Em uma rara demonstração pública de zelo pelo meio-ambiente e contra a expansão urbanística selvagem no Distrito Federal, entidades do ramo imobiliário fizeram publicar em grandes jornais de Brasília uma nota contra a lei que reduz em mais de um terço a Floresta Nacional de Brasília – Flona e pedem o veto presidencial ao projeto de nº 2.776/2020, já aprovado no Congresso Nacional. A proposta legislativa de redução da Flona nasceu, em 2020, nas duas Casas do Legislativo. Com textos equivalentes, o senador Izalci Lucas (PSDB) apresentou o PL 4.379/2020, que foi aprovado em primeiro lugar, com parecer da senadora Leila do Vôlei (PDT), mas tinha como coirmão outro texto com mesmo propósito, apresentado na Câmara dos Deputados, pela deputada Flávia Arruda (PL).

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O projeto que está para sanção é o de Flávia, que ao chegar ao Senado teve como relator Izalci Lucas. O outro projeto ainda tramita na Câmara dos Deputados. Pela similitude dos textos, analistas entendem que os dois parlamentares foram o instrumento de um lobby pra legalizar área grilada na Capital Federal. Os principais responsáveis por essa iniciativa, deputada Flávia Arruda (PL), Izalci Lucas (PSDB) e Leia do Volei não reagiram oficialmente à nota do setor imobiliário do Distrito Federal. Eventualmente, para não desagradar nem os empresários, nem os que moram nas duas ocupações.