Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)
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sábado, 25 de fevereiro de 2017

Previdência, Déficit e DRU

Sábado, 25 de fevereiro de 2017
Por
Aldemario Araujo Castro*

A Reforma da Previdência é um dos mais importantes e sensíveis assuntos do momento. A Proposta de Emenda Constituição (PEC) n. 287/2016 tramita com pompa e circunstância na Câmara dos Deputados. O governo de plantão, capitaneado pelos senhores Temer, Meirelles e Padilha, afirma que as contas públicas caminharão para o colapso na hipótese de rejeição da proposição. São dois os argumentos (motivações) principais para a reforma na ótica dos governistas: a) déficit crescente nas contas previdenciárias e b) trajetória de envelhecimento da população.

O aumento da expectativa de vida da população, um dos pilares do complexo problema, deve ser comemorado como representativo da melhoria das condições de vida dos brasileiros de uma forma geral. Efetivamente, esse fenômeno gera uma pressão sobre as contas da previdência social. Entretanto, é preciso analisar com todas as cautelas técnicas e total transparência a extensão do impacto em questão. Nesse ponto, segundo registro de inúmeras entidades da sociedade civil, os cálculos governamentais não são alçados à arena do debate público sobre o assunto.

domingo, 18 de dezembro de 2016

OAB faz manifestação contra reforma da Previdência na orla de Copacabana

Domingo, 18 de dezembro de 2016



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Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

A Comissão de Previdência Social da Ordem dos Advogados do Brasil Secção do Estado do Rio de Janeiro (OAB-RJ) promoveu hoje (18), na orla de Copacabana, zona sul do Rio de Janeiro, manifestação contra a reforma da Previdência.

O ato foi organizado pelo Movimento Nacional dos Especialistas em Direito Previdenciário ocorreu em outras 18 cidades do país, com apoio da OAB nacional, informou a presidente da Comissão de Previdência Social da OAB-RJ, Suzani Ferraro.

quinta-feira, 30 de junho de 2016

Dívida Pública, Previdência Social e os impactos para os trabalhadores

Quinta, 30 de junho de 2016
Da Auditoria Cidadã da Dívida
Com o governo de olho nos recursos destinados à Previdência Social, o tema está na pauta de debate também das principais entidades de classe. Na última terça-feira (28), a Confederação Nacional dos Profissionais Liberais (CNPL) organizou um seminário, que faz parte do programa de formação da entidade.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

O Mito do Déficit da Previdência: a fatia que faltava para o mercado financeiro

Quarta, 1º de junho de 2016

* Piatã Müller
Com o novo governo e o novo Ministro da Fazenda, fica escancarado que a solução vendida para a mídia para solucionar a crise financeira é a reforma da previdência.

A falácia é que o rombo da previdência é enorme e sua estrutura insustentável para os anos que virão.

Trata-se de um mito criado para justificar a privatização da previdência e dos serviços assistenciais, e destinar ainda mais recursos para o setor financeiro. Pois, do orçamento federal gasto, os 22% investidos na Previdência (em 2014) correspondem ao maior gasto social do governo, superado apenas pelo pagamento dos juros e amortizações da dívida pública.

O déficit da previdência é a mentira tornada verdade depois de tantas vezes repetida.

Como isso é possível? Realizando manobras contábeis que se esquivem do que a Constituição Federal determina.

Portanto, para esclarecer o assunto, vamos à Constituição.


O primeiro ponto a se observar é que, antes de tudo, o correto, constitucionalmente, é transferir a discussão da “Previdência Social” para a “Seguridade Social”, sendo a previdência apenas uma parte dela.

CAPÍTULO II DA SEGURIDADE SOCIAL SEÇÃO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.

A Seguridade Social obtém superávits todos os anos. Veja a tabela com números da Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP)

acdtab

Lembrando, a previdência social faz parte da Seguridade Social. Portanto, reduzir a discussão apenas à previdência é esconder os superávits da Seguridade Social. Trata-se de “desonestidade constitucional”, pois afinal, convenhamos, o que importa é se conseguiremos financiar a saúde, a assistência social e a previdência social.

E sim, mesmo no péssimo ano de 2014, a Seguridade Social obteve R$ 53 bilhões de superávit.

Vamos agora a outro erro monumental, que é considerar a contribuição feita pelo governo federal como uma despesa.

Voltemos à Constituição Federal.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:

I – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;

b) a receita ou o faturamento;

c) o lucro;

II – do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;

Ou seja, o caixa da Seguridade Social é composto por contribuições do governo, das empresas e do trabalhador.

A contribuição do governo não acontece para cobrir um rombo, mas para contribuir com sua parcela constitucional, assim como trabalhadores e empresas também o fazem.

Em momento algum foi pensado que apenas as contribuições de trabalhadores e empresas devem financiar a seguridade social ou a previdência social. Isso é cometer outra grave “desonestidade constitucional”.
[clique na imagem para ampliá-la]


Gráfico elaborado pela MetalRevista, edição 9.

Por último, vamos a um fator extremamente agravante: o governo federal destina recursos da Seguridade Social para o orçamento fiscal, ou seja, para contribuir com a formação do “superávit primário”, que significa, em bom português, a reserva de recursos para o pagamento da questionável dívida pública.

Para arrematar, como retoque final, o governo federal descumpre mais uma vez a Constituição Federal ao conceder desonerações que iriam diretamente para o caixa da Seguridade Social. Em 2013, por exemplo, R$ 10 bilhões deixaram de ser arrecadados e poderiam aumentar, ainda mais, o superávit da Seguridade Social daquele ano, que foi de R$ 76 bilhões.

Fica uma pergunta no ar…?

Algo como: mas qual seria o motivo para a insistente divulgação do Rombo da Previdência?

Ora… basta olhar o gráfico do Orçamento da União Executado em 2014:

[clique na imagem para ampliá-la]


Já gastamos 45% com juros e amortizações da dívida. Educação, saúde e trabalho não chegam aos 4% cada. Cultura recebe 0,04% do orçamento, direitos da cidadania 0,03%. Não há mais de onde extrair riquezas do país e transferir ao setor financeiro.

A não ser…

A Previdência Social! Que representa 21,76% dos gastos nacionais.

Sim, a Previdência é a fatia que faltava.

* Piatã Müller é presidente do Instituto Sócrates, jornalista, educador social e um dos coordenadores do núcleo curitibano da Auditoria Cidadã da Dívida

Você pode se aprofundar mais no assunto nestes links:

Tese de Doutorado de “A Política Fiscal e a Falsa Crise da Seguridade Social Brasileira”, de Denise Lobato Gentil, pela UFRJ: http://goo.gl/E8R0VR

Análise da Seguridade Social de 2013, feita pela ANFIP: http://goo.gl/H4bZIA


Análise da Seguridade Social de 2014, feita pela ANFIP: http://goo.gl/VQ0ABJ


MetalRevista #9: http://simec.com.br/docs/revistas/9.pdf

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Artigo: Por dentro da reforma da Previdência

Quarta, 3 de fevereiro de 2016 
Do Portal da CSPB
Hoje, 09:33:36
Dias atrás, após a fala da presidente Dilma Rousseff sobre o tema, a reforma da previdência voltou com força à mídia, amparada, sobretudo, em dois pilares: O aumento da expectativa de vida da população e a queda da taxa de natalidade no país, com a população mais velha aumentando mais que a população jovem, o que pode gerar um desequilíbrio entre os que recolhem para a Previdência hoje e amanhã e aqueles que receberão seus benefícios amanhã e depois de amanhã.

por Paulo Rubem Santiago
Esses fatos são reais, mas insuficientes para o debate do tema e a busca de soluções. Passam ao largo desses argumentos questões graves como a relação entre as políticas econômicas, a estabilidade monetária e a geração/destruição dos empregos, além da vinculação da previdência à Seguridade Social e de como aquelas políticas impactam seu orçamento.
Quanto à primeira, tanto o desemprego quanto a redução da renda do trabalho são defendidos hoje por aqueles que os consideram custos necessários para se enfraquecer a demanda e, com isso, se reduzir a inflação. Para isso adotam juros altíssimos e um corte não-financeiro de gastos.
Ao mesmo tempo, como resposta aos impactos da crise econômica mundial no país, a desoneração da contribuição do INSS sobre a folha de salários enfraqueceu intensamente o caixa da previdência, alterando a relação receita-despesa nesse segmento.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Não faltam recursos e Previdência não precisa de reforma

Segunda, 1º de fevereiro de 2016
Da Cut  
Para Associação de Auditores Fiscais [Anfip], déficit utilizado como argumento para retirada de direitos é um um equívoco

Escrito por: Luiz Carvalho


Elza Fiúza/Agência Brasil  —Para Anfip, Previdência Social pode se
manter se recursos não forem destinados a outros setores

Alvo constante de forças que lutam para diminuir o papel do Estado e escancarar as portas da privatização, a Previdência Social mais uma vez está na mira da agenda de cortes.

Para a CUT e setores progressistas, o acesso a esse direito é intocável e para discutir o chamado ‘rombo’ previdenciário é preciso, primeiro, fazer um resgate histórico.  

A Previdência faz parte da Seguridade Social, um amplo cesto que inclui iniciativas de financiamento da saúde (o SUS – Sistema Único de Saúde – e outras políticas), da assistência social (programas como o Fome Zero, o Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria) e o FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador).

Com a Constituição de 1988, o Brasil adotou a estruturação da Seguridade Social como um direito de todos e estabeleceu que o orçamento viria de receitas obtidas a partir do lucro das empresas – CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) –, do Cofins (Contribuição para Financiamento da Seguridade Social), das loterias e da tributação sobre importações e folha de salários.

A ampliação da cobertura a partir daquele momento trouxe impactos positivos para a redução da desigualdade e da pobreza extrema por meio de programas que ganharam estrutura, profundidade e qualidade.

Em 2012, a Previdência Social beneficiou, direta e indiretamente, mais de 90 milhões de brasileiros, de acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios). Já um levantamento do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou que, entre 2001 e 2011, a Previdência Social contribuiu com 17% para a queda da desigualdade. E mais, no subperíodo entre 2009-2011, pela primeira vez, os rendimentos da Previdência tiveram maior contribuição (55%) que o mercado de trabalho para a queda da desigualdade.

Reformas e reformas, sempre contra o trabalhador

Segunda, 1º de janeiro de 2016
Da Tribuna da Internet
Carlos Chagas
Em 1963, ao recuperar seus poderes de presidente da República, João Goulart desenvolveu intensa campanha pelas reformas de base, interrompida por sua deposição pelos militares. Naqueles idos, estimulado pelas esquerdas, era pelo que a maioria do país clamava: participação dos empregados no lucro das empresas, salário-família, estatização das indústrias ligadas ao desenvolvimento, reforma agrária com a extinção dos latifúndios, voto do analfabeto e dos subalternos das forças armadas, fim do ensino privado, limitação da remessa de lucros e outras iniciativas de caráter socializante. Nos meios de comunicação só se falava das reformas, que as elites engoliam, mesmo já conspirando contra o governo.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Auditoria Cidadã da Dívida: Palestra na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados

Terça, 22 de setembro de 2015
Da Auditoria Cidadã da Dívida
No dia 16 de setembro de 2015, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli, deu uma excelente palestra na Câmara dos Deputados, em apresentação sobre o Orçamento 2016, pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados. Assista ao vídeo e entenda uma série de mecanismos temerários que têm feito a dívida pública crescer exponencialmente, sob altíssimas taxas de juros sustentadas por falácias como de que o país vive uma “inflação de demanda”. Entenda também como o Banco Central, utilizando o mecanismo de “swap cambial”, teve prejuízo de mais de R$ 158 bilhões, verba pública usada para garantir a farra dos banqueiros!
Parte 1:
Parte 2:
Assista aos demais vídeos da sessão no site da Câmara dos Deputados:
palestra na comissao de seguridade social e familia da camara dos deputados

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Rombo da Previdência? Você acredito nisso? Veja o vídeo sobre financiamento da Previdência

Quinta, 17 de setembro de 2015
▂ ▃ ▅ ▆ ▇ Auditoria no Congresso
Ontem, 16 de setembro, a coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida [Maria Lucia Fattorelli] deu uma excelente palestra na Câmara dos Deputados, em apresentação sobre o Orçamento 2016, pela Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados. Assista ao vídeo e entenda uma série de mecanismos temerários que têm feito a dívida pública crescer exponencialmente, sob altíssimas taxas de juros sustentadas por falácias como de que o país vive uma "inflação de demanda". Entenda também como o Banco Central, utilizando o mecanismo de "swap cambial", teve prejuízo de mais de R$ 158 bilhões, verba pública usada para garantir a farra dos banqueiros!

Assista o vídeo em: http://bit.ly/ACDnaCamara

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Ainda não sabe sobre o grave problema da dívida pública brasileira? Visite nosso site, entenda e lute pela auditoria:http://www.auditoriacidada.org.br/


sábado, 1 de agosto de 2015

Considerações sobre a velha desculpa do déficit da Previdência; um artigo que coloca as coisas em seus devidos lugares

Sábado, 1º de agosto de 2015
Da Tribuna da Internet
Sérgio Oliveira
Dilma vetou o percentual de aumento igual ao do salário mínimo, para os aposentados que recebem mais que o mínimo. A desculpa é sempre a mesma, o déficit da Previdência Social. Na verdade quando eles citam, e a imprensa divulga, é o déficit do RGPS-Regime Geral da Previdência Social.
Em 2014, o tal déficit foi de R$ 58,092 bilhões, resultado da diferença entre o superávit do setor urbano, que foi de R$ 25,882 bilhões, e o déficit do setor rural, que atingiu R$ 83,974 bilhões. O déficit atual origina-se do pagamento de aposentadorias rurais para quem nunca contribuiu para a previdência. Atualmente contribuem, mas não sei se há fiscalização para verificar se os recolhimentos são feitos, e de forma correta. No setor urbano é mais fácil o controle.
Acontece que o RGPS é apenas uma das fontes de receita da Seguridade Social, que engloba a Assistência Social, a Previdência Social e a Saúde, conforme a Constituição de 1988. Tanto as receitas, quanto as despesas, devem ser apresentadas de forma integrada. Um dos slides de um Programa de Educação Previdenciária, da Secretaria Executiva do Ministério da Previdência Social, de junho de 2004, diz que “a previdência social, a saúde e a assistência social compõem, de forma integrada, a Seguridade Social. A Seguridade Social é financiada, também de forma integrada, pela folha-de-salários, Cofins, CSLL e CPMF, além de outras fontes”.
FONTES DE FINANCIAMENTO
A CPMF, como sabemos, foi extinta, mas as demais fontes de financiamento continuam as mesmas, a saber:
1) das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
2) dos empregadores domésticos, incidentes sobre o salário-de-contribuição dos empregados domésticos a seu serviço;
3) dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-contribuição;
4) das associações desportivas que mantêm equipe de futebol profissional, incidentes sobre a receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de que participem em todo o território nacional em qualquer modalidade esportiva, inclusive jogos internacionais, e de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos; as incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural;
5) das empresas, incidentes sobre a receita ou faturamento e o lucro ( Cofins e CSLL ); as incidentes sobre a receita dos concursos de prognósticos, da Caixa Econômica Federal.
SUPERÁVIT
Segundo a Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, em 2014 a Seguridade Social ( Assistência Social, Previdência Social e Saúde), mais uma vez, foi superavitária; a arrecadação total foi de R$ 686,091 bilhões, ao passo que as despesas somaram R$ 632,199 bilhões. O superávit, portanto, foi de R$ 53,892 bilhões.
De 2008 até 2014 o superávit foi de mais de R$ 327 bilhões; sem contar com os superávits de anos anteriores a 2008.
Parte dos recursos da Seguridade Social, notadamente Cofins e CSLL, são desvinculados, via DRU-Desvinculação das Receitas da União, para ajudar na formação do superávit primário, utilizado para pagar outras despesas, entre estas os juros da dívida pública, que em junho deste ano chegou aos R$ 2,583 trilhões.
Em função da atual crise, o governo “já prevê um aumento de 57% no déficit da Previdência”; na verdade do RGPS. Já se preparando, é claro, para justificar o veto e também aumento menor em janeiro de 2016, para os aposentados que recebem mais que o mínimo.
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NOTA DA REDAÇÃO DO BLOG – Um artigo que coloca as coisas em seus devidos lugares. E tem mais: o reajuste das aposentadorias é feito com base em índice sempre inferior à inflação real sofrida pelos brasileiros da terceira idade. (Carlos Newton)

quarta-feira, 25 de março de 2015

Fator previdenciário: um inimigo dos trabalhadores

Quarta, 25 de março de 2015
Por Maria Lucia Fattorelli[1]

Fernando Henrique Cardoso criou, Lula e Dilma mantiveram. Durante o governo Lula o Congresso Nacional chegou a derrubar o fator, mas Lula vetou no dia da estreia do Brasil na Copa de 2010.

São quase 15 anos desde a implantação do Fator Previdenciário, modelo adotado pela Previdência Social que determina que quanto mais cedo se aposenta, mais penalizado é o trabalhador. Além disso, a cada vez que as estatísticas apontam o aumento da expectativa de vida dos brasileiros, o cálculo desse fator se torna ainda mais perverso para os trabalhadores.

Campanhas promovidas por sindicatos, centrais sindicais, movimentos sociais e a sociedade civil lutam pela derrubada do fator, mas governo e grande imprensa são categóricos em afirmar que o fluxo de caixa do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) não suportaria o modelo atual e que é preciso pagar pelo custo do aumento da expectativa de vida.
É perfeitamente possível acabar com o fator previdenciário, pois em vez de preocupar com a subtração de direitos, deveríamos estar discutindo a melhoria dos benefícios previdenciários, tendo em vista o bilionário superávit da Seguridade Social a cada ano”, como apontam os dados da ANFIP:

(Clique na imagem para ver em tamanho completo)

SEGURIDADE SOCIAL é integrada pela Previdência, Saúde e Assistência Social, e , conforme dados, a cada ano sobraram, respectivamente, 55, 76, 83 e 78 bilhões de reais, que acabaram sendo desviados para o cumprimento da meta do Superávit Primário e para o pagamento de juros da dívida.

O cálculo do falacioso déficit por parte de setores do governo e mídia é totalmente equivocado, e deixa de considerar o conjunto de fontes de financiamento da Seguridade Social: consideram somente a contribuição direta da folha de pagamento, e deixam de computar as demais contribuições, especialmente a Cofins (Contribuição para o financiamento da Seguridade Social) que é paga principalmente pela classe trabalhadora, tendo em vista que está embutida nos preços de tudo que consumimos.

(Clique na imagem para ver em tamanho completo)

A falácia do déficit visa a atender a interesses do setor financeiro privado, que deseja o enfraquecimento da previdência social pública para que todos os trabalhadores passem a constituir fundos privados de previdência sujeitos a regras de mercado e sem garantia do Estado. A recente crise financeira que abalou economias dos países europeus e até dos Estados Unidos demonstrou que essa modalidade de previdência não garante a segurança dos trabalhadores, mas garante lucros imensos ao setor financeiro.

A alegação de que não há recursos para financiar o fim do fator previdenciário não procede. Todos os anos, bilhões de reais são retirados do orçamento da Seguridade Social, conforme inúmeros estudos realizados pela Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (ANFIP). Dados da associação apontam que há um saldo financeiro favorável de todo o sistema da ordem de bilhões. Considerando os seis últimos exercícios, chegamos à expressiva marca de R$ 400 bilhões”, aponta documento. (http://www.anfip.org.br/informacoes/artigos/Fugir-do-fator-previdenciario-ou-acabar-com-ele-Clemilce-Sanfim-de-Carvalho_10-12-2012).

A questão previdenciária vai além dos números. De fato, a sociedade está envelhecendo e os brasileiros estão tendo cada vez menos filhos. Mas se houver emprego digno para os jovens, com respeito às leis trabalhistas, não faltarão recursos para o financiamento da aposentadoria digna aos que já cumpriram seu período laboral. Se não desse lucro, o setor financeiro privado não estaria tão interessado em criar fundos de previdência privada.

[1] Coordenadora Nacional da Auditoria Cidadã da Dívida www.auditoriacidada.org.br e https://www.facebook.com/auditoriacidada.pagina

quinta-feira, 5 de março de 2015

As maldades neoliberais do governo de Dona Dilma: MPs da presidente que retira benefícios são questionadas em audiência no Senado

Quinta, 5 de março de 2015
Karine Melo – Repórter da Agência Brasil
A constitucionalidade das medidas provisórias (MPs) 664 e 665 foi questionada nesta quinta-feira (5) durante audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado. As duas MPs foram encaminhadas em dezembro pelo Executivo e alteram as regras para acesso a benefícios previdenciários e trabalhistas como os seguros-desemprego e defeso e a pensão por morte. As medidas já receberam 741 emendas de deputados e senadores.

Para o diretor do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antônio Augusto de Queiroz, na MP 664, há três inconstitucionalidades que já estão sendo questionadas no Supremo Tribunal Federal. O relator da ação no Supremo é o ministro Luiz Fux. Um dos argumentos contrários à MP é que esse tipo de matéria não pode ser regulamentado por medida provisória, já que a Constituição proíbe mudanças, por esse instrumento, em leis que já tenham sido objeto de emenda constitucional entre 1995 e 2001, como é o caso.

quarta-feira, 4 de março de 2015

Brizola continua a se contorcer no túmulo. O que não fazem alguns por uma boquinha no governo!

Quarta, 4 de março de 2015
                                                    Foto: internet
O velho caudilho (‘chefe’) Leonel Brizola a cada dia que passa se contorce mais ainda no seu túmulo. Querem, parece, atazanar até a alma do “velho Briza”, como era carinhosamente chamado por alguns.
  
Vemos agora nas páginas dos jornais que o ministro do Trabalho e Emprego do governo Dilma, Manoel Dias, ex-companheiro do político gaúcho morto em 21 de junho de 2004, se curva, mais uma vez, ao neoliberalismo do atual governo, e se presta novamente a fazer o que para Brizola seria um sacrilégio: justificar a retirada de direitos sociais do trabalhador.

O ministro —noticia os jornais— iniciou uma série de reuniões com as bancadas de partidos da base aliada de Dilma para “esclarecer dúvidas” sobre as medidas provisórias (MPs) 664 e 665, que retiram benefícios trabalhistas e previdenciários. E o pior é que ele tenta convencer, nesse joguinho de faz de conta, que as reformas neoliberais de Dilma são boas para o trabalhador.

Velho Briza, não perdoai os traidores. Eles sabem o que fazem. E porque fazem.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

STF: Ação Direta de Inconstitucionalidade questiona Medida Provisória do governo Dilma que alterou regras da Previdência

Sexta, 6 de fevereiro de 2015
Do STF

A Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (COBAP) e o Partido Socialista dos Trabalhadores Unificados (PSTU) questionaram no Supremo Tribunal Federal (STF) a Medida Provisória (MP) 664/2014, que alterou regras do sistema de previdência social. Distribuída ao ministro Luiz Fux, a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5234 pede liminar para suspender os efeitos da MP e, no mérito, a declaração de inconstitucionalidade. O partido e a confederação sustentam que a edição das MPs não cumpre o pressuposto de urgência e afrontam a proibição do retrocesso social.
A ADI alega que a Medida Provisória 664, que alterou a Lei de Benefícios do Regime Geral de Previdência Social (Lei 9.123/91), teve caráter de minirreforma e violou pelo menos 11 dispositivos da Constituição Federal (CF). Entre eles, o da falta de relevância e urgência para edição de medida provisória (Artigo 62) e o da regulamentação de comando constitucional alterado por emenda aprovada entre 1995 e 2001 (Artigo 246).

sábado, 25 de janeiro de 2014

“Rombo da previdência”: governo favorece o capital punindo os trabalhadores


Sábado, 25 de janeiro de 2014
Escrito por Waldemar Rossi*   
Correio da Cidadania

Alguns leitores do Correio da Cidadania têm reclamado de um suposto pessimismo e má vontade em relação aos governos petistas. Tenho sido acusado, em meus artigos, de nunca reconhecer os avanços obtidos nos últimos 11 anos de governo. Entretanto, é de se crer, deveríamos analisar todos os governos pela ótica da justiça social, e não dos “favores” que a parcela faminta de nosso país espera dos políticos de plantão, em troca da venda dos seus votos. O que se deveria esperar de políticos que foram eleitos pelo povo – que neles votaram na esperança das reformas de estrutura – era o cumprimento desses compromissos assumidos com toda a população durante as campanhas eleitorais, pondo em prática tais reformas, sempre prometidas, mas nunca cumpridas. Ou, pior, quando postas em prática estão sempre a favor do capital, portanto, em prejuízo do povo.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

O eterno (e falso) déficit da Previdência no Brasil

Sábado, 2 de fevereiro de 2013
Wagner Pires
Tribuna da Internet
Acabam de ser divulgados os números da Previdência Social do ano de 2012 no site da Previdência. A notícia é veiculada como se o Tesouro Nacional, por imposição legal, estivesse suprindo um déficit de R$ 67,4 bilhões, gerado pelo pagamento de benefícios ao setor rural – setor deficitário. O setor urbano apresenta superávit.

É risível a insistência do governo em promover a divulgação dos dados nesses moldes, apresentando uma contabilidade parcial de recebimentos e pagamentos, como se as transferências da União, instituídas por lei para a Seguridade Social – que correspondem a aproximadamente 23% das receitas da Previdência – fossem algo a ser expurgado da contabilidade. Ou fizessem parte de um grande favor do governo à Previdência e seus beneficiados.

Ora, os recursos adicionais do orçamento fiscal, fixados obrigatoriamente na Lei Orçamentária Anual- LOA, destinados ao pagamento dos Encargos Previdenciários da União e à cobertura de eventuais insuficiências financeiras decorrentes do pagamento de benefícios, as contribuições sociais das empresas, cujas bases de incidência são o faturamento (conhecidas como Cofins) e o lucro,  e, ainda, as que incidem sobre a receita de concursos de prognósticos, que são recolhidas pela União e, posteriormente, transferidas para a Previdência Social, também são receitas da Previdência instituídas por lei.

Não há outra intenção do governo em apresentar como receitas apenas as contribuições das empresas e dos contribuintes individuais de modo a apresentar déficit, em decorrência do setor rural, senão a de praticar “terrorismo” e justificar a compressão dos rendimentos dos beneficiários que já não produzem mais.

VEJAM AS CONTAS FRAUDADAS

Na prática de tal “terrorismo” as contas apresentadas referentes a 2012 foram estas:

No setor urbano
Arrecadação: R$277,8 bilhões
Pagamentos: R$252,7 bilhões
Superávit: R$25,1 bilhões

No setor rural
Arrecadação: R$5,9 bilhões
Pagamentos: R$73,3 bilhões
Déficit: R$67,4 bilhões

Agregado dos dois setores – urbano e rural
Arrecadação: R$283,7 bilhões
Pagamentos: R$326,0 bilhões
Déficit: R$42,3 bilhões

Como se pode observar, quando se agregam os valores, sem contabilizar as receitas provenientes das transferências da União, o “déficit” corresponde a R$42,3 bilhões, mas a notícia veiculada no site da Previdência é dada como se o Tesouro nacional tivesse feito um aporte de R$ 67,4 bilhões para suprir os benefícios com o setor rural. Como se esses recursos, que não passaram de R$42,3 bilhões, em verdade, não tivessem a sua fonte já definida em lei como fonte de receita previdenciária – as transferências da União.

A Previdência Social tem acumulado sucessivos superávits, em 2009 R$ 4,174 bilhões, em 2010 R$ 4,691 bilhões, em 2011 R$ 12,313 bilhões. Em 2012, muito provavelmente o superávit da Previdência tenha ultrapassado os R$ 15,0 bilhões, como disse a economista Sra. Laura Tavares Soares, em um post aqui da TI, enviado pelo Sr. Ricardo Sales.

sábado, 27 de outubro de 2012

A proteção à infância e às famílias pobres no Brasil e na Argentina

Domingo, 27 de outubro de 2012
Do resistir.info

Alguns elementos acerca da mitologia propagandeada pelos sociais-democratas do PSDB e do PT 

Por Henrique Júdice Magalhães*

A narrativa corrente no Brasil é de que com a estabilização monetária de 1994 teve início uma contínua elevação do nível de vida dos brasileiros mais pobres, viabilizada pelo fim da corrosão inflacionária e reforçada por dois mecanismos principais. O primeiro deles é a política de aumento real do salário mínimo iniciada em 1995, com FHC, e intensificada a partir de 2003, ano da posse de Lula. O segundo é constituído pelos programas de transferência monetária focalizados nas famílias que tenham crianças em sua composição e estejam abaixo da linha de pobreza – especialmente o bolsa-família, criado pelo mesmo Lula e que abrange, hoje, todos os demais. A focalização dessas ações teria permitido ao país tirar aproximadamente 40 milhões de pessoas da pobreza. A sustentabilidade dessas políticas teria sido assegurada pela boa gestão econômica, baseada no equilíbrio fiscal e no respeito aos contratos do Estado com instituições financeiras internacionais e concessionárias de serviços públicos.

A Argentina, ao contrário, diz a narrativa corrente, desviou-se desse caminho. Lá, a última década teve como nota a expansão desenfreada do gasto público, complementada por uma sucessão de desvarios estatizantes. Isso teria conduzido o Estado platino ao isolamento internacional e, como resultado, sua economia está se dissolvendo em meio à alta inflação e à escassez de dólares. A população afunda na pobreza, faltam produtos básicos e o país está à beira da quebra. Enquanto isso, o governo manipula índices e a presidenta delira.

Isso repete, diuturnamente, a imprensa oligárquica e/ou mercantil daqui e de lá. Como dizem os argentinos,
allá ellos. Em outros tempos, veículos como Globo, Folha e Veja precisariam ser refutados. Hoje, após cavarem a sepultura de sua própria credibilidade, nem isso merecem. O problema é que, com variações na ênfase conferida ao papel dos governos FHC e Lula/Dilma, este é também o relato hegemônico entre intelectuais ligados ao PT e ao PSDB. Até mesmo personalidades vinculadas à esquerda mais radical (PSTU, PSoL, PCB) engolem a peta da redução da pobreza e da desigualdade operada pelo Plano Real e pelo bolsa-família. No máximo, agregam a esse reconhecimento algumas lamúrias pelo desvanecimento do ímpeto revolucionário das classes supostamente favorecidas por essas políticas. Os dois parágrafos anteriores já fazem parte do senso comum da classe média brasileira [1] – ou ao menos de sua fatia civilizada, já que a outra tem crenças distintas que serão tratadas na segunda parte deste artigo.

Há, entretanto, um problema insolúvel com essa narrativa: ela é inteiramente falsa. Inúmeros indicadores seriam capazes de demonstrá-lo. As taxas de crescimento da economia, por exemplo: desde 2003, quando assumem Kirchner e Lula, o PIB argentino – mesmo quando medido pelos critérios de agências opositoras
[2] – cresce muito mais que o brasileiro em todos os anos.

Mas já nos disse a senhora Roussef que “uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para suas crianças e para seus adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do governo e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro”
[3] . Vejamos, então, como se sai o Brasil neste tema após o octênio tucano e o decênio petista, tomando como termo de comparação a supostamente falida e caótica Argentina e cotejando os valores e condições de acesso dos programas de Seguridade Social destinados, lá e aqui, a famílias com crianças e/ou adolescentes.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Previdência do funcionalismo: Só um deputado do DF vota contra direitos dos servidores

Quarta, 29 de fevereiro de 2012
Do Blog do Chico Sant'Anna
 Deputado Pitiman
Apenas um deputado federal do Distrito Federal votou pela criação do fundo previdenciário do servidor público federal – Funpresp e, o conseqüente, fim da aposentadoria integral dos funcionários públicos. A votação aconteceu na Câmara dos Deputados, na terça-feira,28/2.

O Voto favorável à redução dos direitos dos trabalhadores, em especial dos que irão tomar posse ainda, foi de Luiz Pitiman, do PMDB, (foto) antigo aliado de Arruda e de Roriz. Todos os outros sete deputados federais foram contra.

Em termos partidários, o PT se posicionou favorável à implantação do fundo previdenciário, mas os dois deputados federais do partido de Brasília, Erica Kokay e Policarpo, não seguiram a orientação partidária e votaram contra.

Em termos nacionais, 318 deputados federais votaram pelo fim da aposentadoria integral e criação do fundo de previdência do servidor público. Contra, votaram 134 parlamentares. Em termos partidários, Tucanos e Petistas somaram forças. PSOL, PDT, PMN e DEM orientaram suas bancadas a rejeitarem a proposta do governo Dilma. No sentido contrário, PT, PMDB, PSDB, PP, PSC e PRB votaram favorável ao projeto. O Partido Verde e o PPS liberaram suas bancadas para votarem como desejasse.

Com a criação da Funpresp, os futuros servidores públicos terão garantido pela União uma aposentadoria igual a que é paga aos trabalhadores regidos pelo Regime Geral da Previdência. No entanto, os novos servidores que quiserem aumentar suas aposentadorias terão que aderir ao plano de previdência complementar e contribuir com um percentual a ser negociado. A contribuição do servidor será paritária com a da União até o limite de 8,5%.
Luiz Pitiman – PMDB DF Sim
Reguffe – PDT DF Não
Jaqueline Roriz – PMN DF Não
Augusto Carvalho – PPS DF Não
Izalci – PR DF Não
Ronaldo Fonseca – PR DF Não
Erika Kokay – PT DF Não
Policarpo – PT DF Não

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Contra a privataria da Previdência

Segunda, 27 de fevereiro de 2012
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
Amanhã a Câmara dos Deputados poderá votar o Projeto de Lei (PL) 1992/2007, que privatiza a previdência dos servidores públicos e a entrega aos bancos e aos Fundos de Pensão. O argumento oficial é sempre o mesmo: que o governo não teria recursos para as aposentadorias dos servidores.  Ao mesmo tempo, o governo destina cerca da metade do orçamento para o pagamento de uma questionável dívida pública que deveria ser auditada, conforme manda a Constituição Federal.

O Jornal Correio Braziliense traz alguns argumentos do governo na defesa deste projeto nefasto, tais como o de que “os fundos serão administrados por bancos públicos”, porém, a versão mais recente do PL não traz esta previsão.

Na realidade, o parágrafo 2º do artigo 15 garante que os recursos dos Fundos de Pensão serão entregues a quaisquer bancos:

§2º As entidades referidas no caput [ou seja, os Fundos de Pensão] contratarão, para a gestão dos recursos garantidores prevista neste artigo, somente instituições, administradores de carteiras ou fundos de investimento que estejam autorizados e registrados na Comissão de Valores Mobiliários – CVM.

E ainda que, no momento da discussão em Plenário, tal parágrafo seja excluído ou alterado, permanecerá a total insegurança dos servidores públicos quanto à sua aposentadoria, pois os recursos dos fundos vão, de qualquer forma, para a compra de papéis (títulos, ações, etc), tal como já ocorre com os atuais Fundos de Pensão.

Desta forma o Estado se desincumbe de garantir as aposentadorias dos servidores e as entrega aos bancos, cujas aplicações financeiras poderão virar pó, assim como já ocorrido nos EUA, na Europa e na América Latina. Em um contexto de Crise Global, o sistema financeiro se encontra repleto de papéis podres, que têm levado à falência diversos Fundos de Pensão no mundo inteiro, como ocorreu no Chile e mais recentemente na Argentina, onde o governo teve de re-estatizar os fundos de pensão falidos pela Crise de 2001.

TODOS À LUTA AMANHÃ, DIA 28/2, CONTRA MAIS ESTA PRIVATARIA!

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Governo quer votar antes do Carnaval a privatização da previdência dos servidores

Sexta, 3 de fevereiro de 2012
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
 A Agência Câmara mostra que o governo quer votar a reforma da previdência dos servidores públicos ainda antes do Carnaval. Tal reforma está prevista no Projeto de Lei (PL) 1992/2007, e significa na prática a privatização da previdência, entregando-a aos “Fundos de Pensão”, cujos recursos são administrados pelos grandes bancos. Estas instituições financeiras receberão as contribuições previdenciárias dos servidores e do governo, e as aplicarão em ativos que poderão se mostrar podres, especialmente em um momento de grave crise global, onde o setor financeiro se encontra abarrotado de”micos” e procura empurrá-los para frente.

O PL 1992 prevê que as instituições financeiras não terão nenhuma responsabilidade sobre perdas causadas por tais papéis podres, que obviamente irão transformar em pó as futuras aposentadorias dos servidores públicos.

O Portal da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) divulga a reunião da Comissão Especial da Dívida do Estado, ocorrida hoje, na qual foram aprovados dois requerimentos do Presidente da Comissão, deputado Adelmo Carneiro Leão (PT). Os requerimentos  visam a realização de duas audiências públicas, sendo uma sobre os procedimentos jurídicos para o eventual questionamento legal deste endividamento e outra que ouvirá o presidente do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (Sindifisco-MG), Lindolfo Fernandes de Castro.
A notícia também divulga o posicionamento do Núcleo Mineiro da Auditoria Cidadã da Dívida sobre o tema:

“A coordenadora executiva do Núcleo Mineiro de Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Eulália Alvarenga, também participou da reunião. Ela ponderou que é preciso, primeiramente, discutir a origem e o custo da dívida. “Qual a contrapartida, em termos de desenvolvimento social, existe com o pagamento à União?”, questionou. Para ela, o povo mineiro paga a dívida por meio dos tributos, e o Governo Federal, com o dinheiro arrecadado, gera superávit primário para pagar suas dívidas. “Não há o retorno em investimentos”, criticou".

O Portal da ALMG ainda traz outras notícias e uma enquete sobre o tema, que pode ser respondida por todos. 
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