Quarta, 13 de março de 2013
Justiça argentina condena cinco repressores da ditadura à prisão perpétua
O julgamento tratou dos casos de 23 vítimas
da ditadura argentina. (imagem: BA street art)
Reynaldo Bignone, último ditador do regime militar que durou de 1976 e
1983 na Argentina, foi condenado à prisão perpétua nesta terça-feira
(12). Outros quatro militares receberam a mesma pena por cometerem
crimes de lesa humanidade no Campo de Maio.
Este local funcionou como um dos maiores centros de repressão, além
de abrigar uma maternidade clandestina. O julgamento analisou casos de
23 vítimas, entre elas sete mulheres que estavam grávidas e tiveram
filhos no cativeiro.
O ex-comandante do Institutos Militares, Santiago Omar Riveros,
também está entre os condenados. Ele e Bignone são considerados por
organizações de defesa dos Direitos Humanos como figuras centrais do
terrorismo de Estado vivido na Argentina na década de 1970.
As sentenças foram apresentadas no Tribunal Oral Federal de San
Martín, no subúrbio da capital Buenos Aires. Além das cinco condenações à
prisão perpétua, outros seis repressores pegaram de 12 a 25 anos de
detenção. O julgamento foi o sexto realizado na Argentina por crimes
cometidos no Campo de Maio. A estimativa é de, somente nessa instalação,
tenham passado cerca de 4 mil presos, sendo que a maioria continua
desaparecida.
No Brasil, os primeiros levantamentos da Comissão Nacional da Verdade, apontam que pelo menos 50 mil pessoas tiveram seus direitos violados durante a ditadura militar que durou de 1964 a 1985. Este balanço inclui presos, perseguidos, exilados e familiares que perderam parentes.
No entanto, ao contrário da Argentina, a Lei de Anistia brasileira não foi revogada. A medida é questionada por proteger de condenação os agentes do Estado acusados de cometer torturas, sequestros e homicídios durante a ditadura militar. (pulsar)