Quarta, 23 de maio de 2012
Da Agência Brasil
Stênio Ribeiro, repórter
O ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, determinou hoje (22) a abertura de sindicância interna no ministério para apurar responsabilidades sobre a denúncia de liberação irregular de R$ 3 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para incorporadoras imobiliárias, como revela relatório da Controladoria-Geral da União (CGU).
O ministro do Trabalho e Emprego, Brizola Neto, determinou hoje (22) a abertura de sindicância interna no ministério para apurar responsabilidades sobre a denúncia de liberação irregular de R$ 3 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para incorporadoras imobiliárias, como revela relatório da Controladoria-Geral da União (CGU).
A investigação da CGU constatou a existência de um esquema irregular em
benefício de representantes do conselho curador do FGTS e de
funcionários da Caixa Econômica Federal, operadora dos recursos do
fundo. O relatório assegura que servidores da Caixa participaram de
empresas beneficiadas em operações com recursos do FGTS, o que
caracteriza “conflito de interesses” na gestão de recursos públicos.
De acordo com Brizola Neto, uma empresa só, a Sscore, assessorou seis
das sete emissões de debêntures de incorporadoras compradas pelo FGTS,
em 2009 e 2010, fato que despertou a curiosidade da CGU. A investigação
verificou, então, que uma funcionária da Caixa, dois integrantes do
conselho curador do FGTS e um economista do Sindicato da Habitação de
São Paulo (Secovi-SP) foram sócios ou dirigentes da Sscore no período em
análise.
Há duas semanas apenas no ministério, Brizola Neto disse que só tomou
conhecimento do relatório da CGU no último fim de semana, e ontem mesmo
procurou o ministro-chefe da CGU, Jorge Hage, com quem discutiu as
medidas cabíveis, ora adotadas pela pasta do Trabalho, para esclarecer a
denúncia e punir os envolvidos. Trabalho paralelo ao inquérito iniciado
pela Procuradoria-Geral da República, no mês passado, também para
investigar a denúncia.
Além da sindicância interna, Brizola Neto revelou a adoção de medidas
também para garantir mais transparência às reuniões do conselho curador,
como a divulgação das atas das reuniões. Medida que, por sinal, consta
dentre as exigências da Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor
na semana passada. O ministro anunciou, ainda, a convocação de reunião
extraordinária do conselho, em data a ser definida, para debater uma
política de aplicação dos recursos do FGTS.