Quinta, 31 de maio de 2012
As indústrias responsáveis por cerca de 80% das emissões 
de dióxido de carbono empregam pouco mais de 8% da força de trabalho nos
 países industrializados, segundo o relatório Rumo ao Desenvolvimento Sustentável: Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão Social em uma Economia Verde.
 O levantamento, divulgado hoje (31), mostra que o atual modelo de 
desenvolvimento não tem mais eficiência na geração de emprego e trabalho
 decente no mundo.
Especialistas de quatro organismos internacionais ligados ao mercado
 de trabalho e à questão ambiental dizem que “uma parte dessas pessoas 
pode perder seus empregos se não forem adotadas políticas adequadas para
 promover os empregos verdes”.
Segundo estimativas apresentadas no documento, se os países 
insistirem nos moldes de produção e consumo de hoje, em duas décadas o 
nível de produtividade dos países, em todo o mundo, cairá 2,4%. Outros 
estudos citados no documento mostram ainda que, associado ao impacto no 
mercado de trabalho, o atual modelo econômico vem produzindo perdas 
constantes dos ecossistemas que começam a afetar a produção.
 De acordo com o relatório, no setor de pesca, por exemplo, os 
trabalhadores vão sofrer, temporariamente, os efeitos com a sobrepesca, o
 que pode exigir a redução de capturas para permitir a recuperação dos 
estoques. Na atividade, 95% dos 45 milhões de trabalhadores empregados 
são pescadores artesanais em países em desenvolvimento.
“O uso excessivo dos recursos naturais já provocou grandes perdas, 
incluindo mais de 1 milhão de empregos para os trabalhadores florestais,
 principalmente na Ásia, devido a práticas inadequadas de gestão 
sustentável das florestas”, alertam os pesquisadores.
Se, de um lado, a pesquisa aponta expectativas negativas sobre o 
mercado de trabalho, por outro indica que mudanças de padrões 
econômicos, com estímulos e políticas para a implantação de uma economia
 verde, permitem outro cenário. No setor da agricultura, que emprega 
mais de 1 bilhão de trabalhadores no mundo, inclusive produtores 
familiares, o estudo mostra que mudanças nas práticas podem garantir 
segurança alimentar, tirar milhões de pessoas da pobreza e reduzir a 
migração das zonas rurais para os centros urbanos.
Fonte: Agência Brasil — Carolina Gonçalves, repórter
 
 
 
