Estão marcados para hoje também outros quatro
depoimentos. Parlamentares podem votar ainda pedido de quebra de sigilo
do governador de Goiás, Marconi Perillo.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ouve hoje Cláudio Abreu, ex-diretor da empresa Delta no Centro-Oeste, preso pela Polícia Federal em abril na Operação Saint-Michel. Ele é investigado como o principal operador de Carlinhos Cachoeira. Também estão marcados para hoje os depoimetnos José Olímpio de Queiroga Neto; Gleyb Ferreira da Cruz; Lenine Araújo de Souza; e Jayme Eduardo Rincón - todos acusados de envolvimento com o contraventor.
Os advogados de Abreu obtiveram no Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para que ele permaneça em silêncio para não se incriminar e o direito de estar acompanhado por seu advogado durante o depoimento. Os demais depoentes também já anunciaram que devem ficar calados durante a reunião. Na semana passada, tanto Cachoeira quanto três dos acusados de assessorá-lo em atividades ilícitas se mantiveram em silêncio diante dos questionamentos dos parlamentares.
O relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), tem argumentado que a comissão conta com outros instrumentos de investigação e não depende apenas dos depoimentos. Para o relator, é preciso analisar os documentos das investigações da Polícia Federal já recebidos pela comissão e as informações obtidas com a quebra dos sigilos fiscais, telefônicos e bancários de acusados. Ontem, a CPMI quebrou o sigilo da Empresa Delta.
Governador de Goiás
Na reunião de hoje, também pode ser votado o requerimento de quebra do sigilo bancário, fiscal e telefônico do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O pedido estava na pauta da reunião de ontem da comissão, mas em razão do início da Ordem do Dia no Senado não foi votado.
Questionado sobre a quebra de sigilo dos outros governadores, o relator da CPMI, deputado Odair Cunha (PT-MG), disse que é preciso “individualizar” a investigação e começar por Perillo, que tem mais indícios de envolvimento com a organização de Carlinhos Cachoeira. “A organização criminosa atuou a partir de uma base territorial muito específica, com agentes públicos específicos, e isso tem a ver com o governo de Goiás, com o governo do Distrito Federal. Nós vamos a cada tempo produzindo uma investigação que compreenda bem as pessoas que têm prerrogativa de foro e foram cooptadas pela organização”, disse.
Marconi Perillo chegou a ir ao plenário da comissão ontem para depor, mas não conseguiu falar aos parlamentares. O governador afirmou que não há nenhum envolvimento de Cachoeira ou de sua organização no governo do estado, que tomou todas as medidas necessárias para combater os jogos clandestinos e que os contratos da Delta com o estado são “pequenos”.
A reunião da CPMI está marcada para as 10h15 na Sala 2, da Ala Senador Nilo Coelho, no Senado.
Saiba mais sobre a CPMI do Cachoeira.
Fonte: Agência Câmara de Notícias