Terça, 22 de maio de 2012
Da Agência Senado
Isabela Vilar, Elina Rodrigues Pozzebom
Outros três convocados encaminharam à CPI que investiga as
relações de Carlinhos Cachoeira com agentes públicos e privados pedido
para adiar seus depoimentos por pelo menos três semanas. O
comparecimento de Jairo Martins de Souza, Idalberto Matias de Araújo e
José Olimpio de Queiroga Neto à comissão parlamentar de inquérito estava
marcado para a quinta-feira (24). Eles são suspeitos de pertencer à
organização criminosa que Cachoeira é acusado de comandar.
O tempo pedido pelo advogado dos depoentes, Leonardo Picoli Gagno, é o
mesmo requerido pela defesa de Cachoeira, que foi reconvocado para
depor nesta terça-feira (22). A argumentação é de que não houve tempo
hábil para analisar as mais de 20 mil páginas que compõem os autos. O
advogado também solicita mais cópias dos processos para que os
defensores possam manusear o conteúdo no escritório.
Outra questão levantada pelo advogado é a condição dos três depoentes
frente à CPI: se são investigados ou testemunhas. A definição é
necessária porque o acusado tem direito de ficar em silêncio para não se
incriminar. No caso das testemunhas, ainda há controvérsia quanto ao
direito ao silêncio, motivo pelo qual foram concedidos habeas corpus preventivos em CPIs anteriores.
O advogado requer, caso os três sejam considerados acusados, o
direito de que tenham os defensores presentes nas audiências. Se a CPI
considerar que são testemunhas, o requerimento é para que não tenham de
assinar termo de compromisso para dizer a verdade e que tenham o direito
de permanecer calados.
Investigados
Idalberto Matias de Araújo, sargento da Aeronáutica conhecido como
Dadá, é suspeito de arregimentar policiais para as atividades
criminosas. Também é suspeito de ser “araponga” do grupo, mesma
atividade atribuída a Jairo Martins de Souza. Já José Olímpio de
Queiroga Neto é apontado como gerente da organização no Entorno do DF.
Os três foram presos na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que
também resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira, em fevereiro.