Sábado, 19 de janeiro de 2013
Cada casinhola do GDF – do modelo mais simples e mais barato – sem acessibilidade para cadeirantes custa, aproximadamente, um terço de cada casa do Minha Casa Minha Vida.
Por Chico Sant’Anna
Agnelo Queiroz começou o terceiro ano à frente da administração do governo do Distrito Federal com duas novidades na área de transporte públicos. Novidades que, diga-se de passagem, poderiam ter sido implementadas na segunda semana de governo. Há dois anos, portanto.
A primeira é a re-introdução no sistema de transporte coletivo de ônibus executivos, apelidados na década de 1970, quando começaram a ser utilizados nas grandes cidades brasileiras de “frescões”, pois eram dotados de ar condicionado a bordo. Não dá para identificar a razão pela qual no governo Agnelo as coisas são feitas tardiamente e de forma incompleta. Por que estas novas linhas, operadas pela TCB, já não estão operando há meses e por que elas não nasceram interligadas ao metrô e ao ônibus executivo que liga o Aeroporto ao centro da cidade? Dizem que isso vai ser feito mais tarde, num futuro que não se sabe bem quando.
A segunda é implantação de 476 abrigos – número cabalístico – nas paradas de ônibus do Distrito Federal. Em termos estéticos, os novos abrigos de ônibus estão longe dos que foram projetados por Oscar Niemeyer, feitos originalmente em alumínio e vidro blindex, dotados de iluminação interna e painéis publicitários. Em governos anteriores, só as áreas nobres, como o Plano Piloto tiveram direito a estes modelos mais sofisticados. Também em nada se assemelham aos abrigos tradicionais – e tombados junto com o Plano Piloto – com acabamento em pastilhas de cerâmica instalados na vias W. 3 e L.2 e também nos Eixinhos.