Sexta, 28 de outubro de 2011
Da Agência Brasil
 Débora Zampier - Repórter
 A corregedora-geral de Justiça, ministra Eliana Calmon, 
disse que a Resolução nº 135 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que 
está sendo questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), fortalecerá o 
trabalho das corregedorias locais. A resolução foi editada em julho 
deste ano e traz regras sobre o poder de investigação do CNJ. Para a 
Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), autora da ação, o 
fortalecimento do CNJ pode acabar sufocando o trabalho das corregedorias
 locais na apuração de desvios de magistrados.
"A Resolução 135, que está sendo discutida no Supremo Tribunal Federal,
 favorecerá também as corregedorias porque todas as vezes que o 
corregedor não conseguir abrir um processo administrativo em função dos 
votos contrários do pleno do tribunal, ele imediatamente comunicará isso
 para a corregedoria nacional”, disse Calmon, em entrevista divulgada 
hoje pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Ela esteve no estado ontem
 (27) para entregar um avião recuperado do tráfico para o Judiciário 
local.
A ministra provocou polêmica no início do mês ao afirmar que a Justiça 
esconde bandidos atrás da toga. Suas declarações foram divulgadas na 
véspera de o STF analisar a ação da AMB e causaram reações no 
Judiciário. Desde então, o STF vem adiando a convocação do assunto para 
julgamento, apesar de ele sempre estar na pauta.
Na mesma entrevista em Cuiabá, Eliana Calmon também defendeu a 
autonomia administrativa e financeira das corregedorias. “O que se quer é
 o fortalecimento das corregedorias locais não apenas de boca, mas o 
fortalecimento que é necessário e imprescindível, que é a independência 
econômico-financeira e administrativa”.
Ela também acredita que as corregedorias devem ter orçamento próprio e 
corpo funcional fixo. “Dessa forma os corregedores chegam e passam e 
encontram um corpo efetivo que toma conta e tem a memória de todo o 
trabalho feito pelas corregedorias”.
A ministra disse, ainda, que é preciso mudar a tradição de vincular as 
corregedorias às presidência dos tribunais. “Tenho encontrado situações 
em que o corregedor faz a escala de férias dos juízes, mas quem defere é
 o presidente do Tribunal. Isso não pode continuar acontecendo. Quem tem
 que saber se o juiz entra de férias, se está de licença, se vai sair 
para cursar uma bolsa de estudos é o corregedor”.
 
 
 
