Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 29 de outubro de 2011

Grécia: População interrompe parada militar

Sábado, 29 de outubro de 2011
Da "Auditoria Cidadã da Dívida"
Os jornais mostram que os europeus estão indo em massa às ruas protestar contra as medidas de “austeridade”, ou seja, o cumprimento dos pacotes impostos pelo FMI, bancos e União Européia, que retiram direitos sociais para permitir o pagamento de uma questionável dívida. Na Grécia, pela primeira vez na história, foi interrompida uma parada militar que comemora a data em que o país rejeitou a entrada de tropas italianas em 1940, durante a Segunda Guerra Mundial. A população chamou de “traidores” os membros do governo presentes no evento.

Apesar da grande imprensa apontar que a Grécia fará um "calote" de 50% sobre sua dívida, tal desconto não incide sobre o total da dívida, mas apenas sobre a parcela detida por bancos privados. Nos útimos meses, o Banco Central Europeu (BCE) começou a comprar dos bancos privados imensas quantidades de títulos da dívida grega. Em bom português: o BCE livrou os bancos privados do "mico", depois destes bancos já terem lucrado rios de dinheiro com a Grécia.

O Portal Esquerda.net de Portugal traz artigo de Pascal Franchet, Yorgos Mitralias, Griselda Pinero e Eric Toussaint, membros do CADTM (Comitê pela Anulação da Dívida do Terceiro Mundo), sobre estas medidas tomadas pelos líderes da União Européia. Tais medidas privilegiam mais uma vez os banqueiros e aprofundam a exploração do povo, que continuará sofrendo com as medidas neoliberais.

O Portal G1 mostra que o governo brasileiro está disposto a colocar mais recursos no FMI para que este organismo financie mais pacotes de “salvamento” de países europeus. O Brasil também está disposto a colocar recursos no “Fundo de Resgate Europeu”, que reforçará tais pacotes neoliberais. Conforme mostra a notícia, o Brasil deve utilizar parte das reservas internacionais, ou seja, dólares que são comprados pelo Banco Central às custas de aumento na dívida interna, que paga os maiores juros do mundo.

Com esta operação, o governo tenta dar a entender que o Brasil seria um país “credor” da Europa, porém, na realidade, tal “ajuda” à Europa é feita às custas do aumento da dívida interna, que já ultrapassou a marca dos R$ 2,4 trilhões, cujos juros e amortizações consomem cerca da metade do orçamento federal.

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