Quinta, 27 de outubro de 2011
Da Agência Pulsar
A Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA)
está processando dois pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As ações foram ajuizadas após divulgação de um relatório sobre os
impactos provocados pela empresa na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
O pneumologista do Centro de Estudos da
Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana, Hermano Castro, e o engenheiro
sanitarista Alexandre Pessoa Dias, do Laboratório de Educação
Profissional em Vigilância em Saúde, são acusados por danos morais.
As
informações são do Sindicato dos Trabalhadores da Fiocruz. A entidade
repudia a postura da siderúrgica, explicando que os servidores públicos
produziram o relatório sob demanda institucional. Além disso, afirma que
a ação de processar os pesquisadores é uma ataque à livre expressão
científica.
O estudo da Fiocruz alerta para a necessidade de
constante avaliação de riscos à saúde da população, conforme recomendado
pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, explica que o
cruzamento entre os diferentes tipos de impactos provocados pela empresa
não foi realizado, o que torna falho o licenciamento de instalação da
CSA.
Desde a inauguração da transnacional, em junho de 2010,
moradores da região denunciam o aumento de casos de crises respiratórias
e doenças de pele. Sobre a “chuva de prata”, provocada após falhas no
processo produtivo do aço, o relatório comprova a presença de elementos
químicos que podem causar de transtornos cognitivos ao câncer.
O
empreendimento siderúrgico é uma parceria entre a alemã Thyssenkrupp
(73%) e a mineradora brasileira Vale (27%). De acordo a Presidência da
Fiocruz, o estudo servirá como referência para a fundação em relação aos
impactos da CSA na cidade o Rio de Janeiro. (pulsar)