Sexta, 2 de dezembro de 2011
'Sabe por que o Dia Nacional do
Samba cai em dois de dezembro? Não, não é a data de nascimento de Tia Ciata.
Também não é quando gravaram "Pelo Telefone". Muito menos quando Ismael
Silva e os bambas do Estácio fundaram a Deixa Falar. O Dia Nacional do Samba
surgiu por iniciativa de um vereador baiano, Luis Monteiro da Costa, para
homenagear Ary Barroso. Ary já tinha composto seu sucesso "Na Baixa do
Sapateiro", mas nunca havia posto os pés na Bahia. Esta foi a data que ele
visitou Salvador pela primeira vez. Engraçado, não? A festa foi se espalhando
pelo Brasil e virou uma comemoração nacional.
Atualmente duas cidades costumam
comemorar o Dia do Samba, Salvador e Rio de Janeiro. Sob a batuta do músico
Edil Pacheco, Salvador sempre tem promovido grandes shows no Pelourinho com os
ótimos e injustamente desconhecidos sambistas locais. Gente como Riachão,
Ederaldo Gentil, Nelson Rufino, Roque Ferreira, Walter Queiroz, o próprio Edil,
e o falecido Batatinha, recebendo convidados mais famosos, como Paulinho da
Viola, Elza Soares, Beth Carvalho e Dona Ivone Lara.
No Rio a divertidíssima festa
fica por conta do Pagode do Trem. A idéia do samba surgiu quando moradores de
Oswaldo Cruz resolveram criar um movimento para revitalizar o bairro, era o
"Acorda, Oswaldo Cruz". No Dia do Samba o pessoal se reúne na Central
do Brasil, lota um trem e vai tocando e cantando até Oswaldo Cruz, lá formam-se
trocentas rodas de samba. Depois que começou, descobriu-se que já havia sido
criado décadas antes por uma das mais importantes figuras do bairro, Paulo da
Portela. Naquela época o samba era perseguido pela polícia. Os sambistas faziam
suas reuniões e promoviam animadas rodas dentro dos vagões do trem. Hoje o
Pagode do Trem faz parte do calendário oficial da cidade e tem estado cada ano
mais cheio.'
Texto de Paulo Eduardo Neves, Webmaster do site Samba-Choro
Angela Maria - Na Baixa do Sapateiro, composição de Ary Barroso
Francisco Alves 1939 - Aquarela do Brasil
Clementina de Jesus - "Marinheiro Só" (1982)
Clementina de Jesus e Dona Ivone Lara
- Sonho Meu