Serxta, 5 de outubro de 2012
Iolando Lourenço*
Repórter da Agência Brasil
Repórter da Agência Brasil
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do
Cachoeira retoma sua agenda de trabalho na próxima terça-feira (9)
depois de mais de um mês sem se reunir. Na volta aos trabalhos, os
membros do colegiado tomarão o depoimento do deputado Carlos Leréia
(PSDB-GO), flagrado em escutas telefônicas da Polícia Federal (PF)
mantendo diálogos com o empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, acusado de explorar jogos ilegais e de corromper agentes
públicos.
Na quarta-feira (10), deputados e senadores se reúnirão para
apreciar mais de 500 requerimentos. Existe a preocupação por parte de
alguns membros da CPMI que não haja tempo hábil para a análise de todos
os requerimentos, nem para o agendamento de novos depoimentos. Isso
porque o prazo de funcionamento da comissão termina no final do mês.
Para que a comissão continue os trabalhos, será necessário que seus
membros aprovem requerimento prorrogando as atividades. Caso seja
aprovado pela CPMI, o requerimento precisará ainda passar pelo plenário
do Congresso.
Entre os requerimentos que estão na pauta da CPMI, constam pedidos
de quebra de sigilos de 12 empresas que receberam recursos da Delta
Construções, apontada pela PF e pelo Ministério Público Federal como elo
financeiro da organização criminosa liderada por Cachoeira.
Na pauta da CPMI também há requerimentos que propõem a acareação do
ex-diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
(Dnit) Luiz Antonio Pagot com Cachoeira. Os dois já prestaram depoimento
ao colegiado. Pagot disse não conhecer Cachoeira. Já o empresário
preferiu o silêncio.
Esta semana a CPMI recebeu vários documentos relativos aos pedidos
de quebra de sigilo telefônico de pessoas ligada à organização criminosa
chefiada pelo empresário. A operadora Oi e a Nextel entregaram mídias
com vários dados.
Hoje (4), a CPMI recebeu pedido da empresa de telefonia Claro para
que seja concedido mais 15 dias para o envio das informações em relação à
quebra de sigilo telefônico da Delta Construções, da Câmara de
Dirigentes Lojistas de Anápolis, da empresa MCGL Empreendimentos e
Participações LTDA., Hypermarcas S/A; e da Construtora Vale do Lontra
LTDA.
*Colaborou Ivan Richard