Quarta, 2 de janeiro de 2012
Por Gilvan Rocha
A esquerda
direitosa procura nos convencer que existem, apenas, dois projetos no
cenário político brasileiro. Um deles, encampado pelo PSDB, DEM e PPS
seria o neoliberalismo, a direita. O outro, seria o
nacional-desenvolvimentismo, inspirado em Celso Furtado e seria
representado, pelo PT, PSB, PCdoB. Ora, isso é mais uma fraude. Veja-se
que tanto um projeto como o outro, não passam dos limites do
capitalismo. Bastaria esse fato para nos sentirmos seguros em dizer que
se tratam de duas vertentes da direita: uma direita reacionária e uma
direita progressista. Isso, porém, é uma meia verdade, quando ficou
evidente que o PT se comprometeu de que haveria de respeitar o Plano
Real, do governo de Itamar Franco, continuado por FHC. Eleito, Lula da
Silva, em conluio com o imperialismo, escolheu um banqueiro de
confiança do grande capital, Henrique Meireles, para presidir o Banco
Central, e a burguesia, nacional e internacional, derramou sorrisos. Com
essa atitude, Lula demonstrou, claramente, que poderia trair os
interesses maiores dos trabalhadores, mas não trairia os da burguesia.
Como
socialistas revolucionários, defendemos e fundamentamos a tese de que,
na verdade, existem nessa sociedade, dois grandes projetos antagônicos e
inconciliáveis. O primeiro deles, estamos convencidos, atém-se à
manutenção do capitalismo, difundindo o discurso de que o sistema é bom,
desde que administrado com competência, abnegação e honestidade. O
projeto de conservação do capitalismo, é defendido tanto pelo PSDB,
quanto pelo PT, ambos com o DNA de direita, pois consideramos,
politicamente de direita, todos os partidos e movimentos que se coloquem
nos limites da ordem econômica e social vigente. O segundo projeto,
esse sim, merece muito bem, ser chamado de esquerda. Trata-se do projeto
socialista, portanto, um projeto claramente anticapitalista, incapaz de
qualquer gesto de conciliação, uma vez que não há nenhum ponto de
convergência entre essas duas propostas, uma de conservação desse
sistema e a outra de transformação.
Fonte: http://gilvanrocha.blogspot.com.br/