Segunda, 21 de janeiro de 2013
A sociedade tem que saber mais sobre as práticas fiscais de corporações como a Globo
Carlos Dornelles é um verbete grande no espaço de memórias do site da Globo.
Ali ficamos sabendo que Dornelles, gaúcho de Cachoeira do Sul nascido em 1954, fez muitas coisas na Globo.
Vou transcrever um trecho para conhecermos melhor Dornelles na Globo segundo a própria Globo:
Esteve à frente de importantes coberturas, tais como a do comício
no Vale do Anhangabaú pela campanha das Diretas Já, em 1984. (…)
Também integrou a equipe mobilizada para a cobertura da doença e,
em seguida, do falecimento do então presidente eleito Tancredo Neves.
Em abril de 1989, Dornelles foi transferido para o escritório da
TV Globo em Londres, onde começou a trabalhar como correspondente.
Durante os anos em que esteve na Inglaterra, realizou importantes
coberturas jornalísticas sobre a crise do leste europeu. Na então
Tchecoslováquia, cobriu a chamada Revolução de Veludo, em novembro de
1989. No mesmo período, esteve no Irã, onde foi responsável pela
cobertura da morte do aiatolá Khomeini, cujo enterro reuniu cerca de dez
milhões de iranianos; e na Alemanha, onde acompanhou o primeiro
ano-novo após a queda do Muro de Berlim.
Em outubro de 1990, recém-chegado de Londres, Carlos Dornelles
foi convidado (…) para trabalhar como correspondente em Nova York. No
ano seguinte, participou da equipe de cobertura da Guerra do Golfo, um
dos momentos mais marcantes de sua carreira. (…) Ainda como
correspondente em Nova York, realizou a cobertura da prisão e da morte
do traficante colombiano Pablo Escobar, em 1991 e 1993, e esteve
diversas vezes no Peru cobrindo o governo e a queda do ex-presidente
Alberto Fujimori.
Ao longo de sua carreira, também participou de importantes
coberturas esportivas, como a da Copa do Mundo de 1990, na Itália; a de
1994, nos Estados Unidos, em que o Brasil conquistou o tetracampeonato; e
a de 1998, na França. Fez parte, ainda, da equipe que cobriu as
Olimpíadas de Seul, na Coreia do Sul, em 1988, e de Sidney, na
Austrália, em 2000.
Bem, tanta coisa não foi suficiente para que Dornelles não fosse
demitido, em 2008. Dornelles, algum tempo antes, tinha manifestado
publicamente seu incômodo com a forma como a Globo vinha cobrindo
política.
Antes de ser mandado embora, passou pelo exílio jornalístico
siberiano do Globo Rural, encostado e visto por agricultores sem muito
que fazer nos domingos pela manhã.
Tanta coisa, também, não foi suficiente para que Dornelles, a partir
de um determinado momento na Globo, desfrutasse dos direitos
trabalhistas nacionais.
Dornelles foi instado a se tornar, como tantos outros funcionários graduados da Globo, o chamado “PJ” – pessoa jurídica.
É uma manobra comum entre as empresas jornalísticas, com raras e
caras exceções como a Abril. Usar PJs é uma gambiarra de discutível
legalidade e indiscutível imoralidade.
O objetivo é simplesmente não pagar o imposto devido. A empresa
simula que o funcionário presta serviços eventuais, e com isso economiza
consideravelmente. Dornelles era um PJ ao deixar a Globo, embora isso
não esteja em seu verbete.