Sexta, 1 de março de 2013
Do MPDF
Encontro
teve o objetivo de conscientizar membros e servidores sobre questões de
gênero e qualificá-los para atuar, de forma eficiente, nas ações de
violência doméstica contra a mulher
O que fez a farmacêutica sair do
anonimato e lutar para que o seu ex marido fosse punido pelos crimes que
cometera – duas tentativas de homicídios, sendo um tiro e depois
eletrocussão – foi justamente a falta de apoio das instituições
democráticas de direito. “Me senti órfã do Estado Brasileiro”, resumiu.
Apesar de ser condenado pelos crimes, o agressor saiu do julgamento
livre. A luta dela contra a impunidade durou quase vinte anos, quando o
caso dela foi parar na Comissão dos Direitos Humanos da Organização dos
Estados Americanos (OEA). Por conta de toda sua peregrinação em busca de
Justiça, após a condenação do Brasil pela Corte Interamericana de
Direitos Humanos, em 2006, o Congresso Nacional aprovou a lei que
aumenta o rigor das penas dos agressores de mulheres. Lei essa que
passou a ser conhecida nacionalmente como “Lei Maria da Penha”.
Inspiração
Para a procuradora-geral de Justiça
(PGJ), Eunice Carvalhido, Maria da Penha é um símbolo vivo de luta que,
sem sombra de dúvida, serve e servirá de inspiração para esta e para as
futuras gerações. “Sua dor, seu sofrimento, mas também a sua força, sua
sagrada obstinação pela vida, se levantam em cada palavra, em cada termo
da Lei Federal nº 11.340/2006, cuja efetividade é uma bandeira de luta,
um hino à coragem de ser mulher”, discursou.de paradigmas. “A luta é
diária. A cada dia vamos trabalhar para construir um tijolo e diminuir
os índices de violência contra a mulher”, reforçou. Ao final da
palestra, Pierobom presenteou Maria da Penha com flores. “Flor
representa a beleza e a força da mulher, por isso, você merece. Hoje
todos nós crescemos muito”, acrescentou.
O encontro contou ainda com a
apresentação do repentista Tião Simpatia, que alegrou o evento com a Lei
Maria da Penha cantada em cordel e cujo refrão enaltece às mulheres.
“Mulher, mulher, você é a força dessa nação. Mulher, a história diz que
você tem razão”.
Compuseram a mesa de honra a primeira
dama do Distrito Federal, Ilza Queiroz, a senadora e presidenta da
Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal e relatora da Comissão
Parlamentar Mista de Inquéritos da violência contra a mulher, Ana Rita
Esgário, a secretária de Estado da Mulher do Distrito Federal, Olgamir
Ferreira, e representando o presidente do TJDFT, o juiz de Direito e
coordenador do Centro Judiciário de Atendimento à Mulher, Ben-Hur Viza.
Mulher, valorize-se!
O encontro com Maria da Penha marcou também o lançament
o da 3ª edição da cartilha Mulher, valorize-se: conscientize-se de seus direitos. O
objetivo desse instrumento é orientar as vítimas e a população quanto à
identificação da violência doméstica, informando a quem recorrer e como
denunciar.
De acordo com o coordenador do Núcleo
de Direitos Humanos, a cartilha promove a conscientização de que as
mulheres devem denunciar os atos de violência para que o Estado
intervenha. “Estamos dando visibilidade àquilo que era invisível”,
comentou. O promotor de Justiça acrescentou: em briga de marido e
mulher, todos devem sim interferir.
A cartilha será distribuída nas
circunscrições judiciárias, delegacias de polícia e para os parceiros da
Instituição. Aqueles que tiverem interesse em adquiri-la, devem
solicitar ao Núcleo de Gênero pelo telefone 3343 9625.
Confira aqui a cartilha Mulher, valorize-se: conscientize-se de seus direitos.