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(Millôr Fernandes)

sábado, 11 de maio de 2013

Pressão de evangélicos derrubou decreto no DF

Sábado, 11 de maio de 2013
Elza Fiuza/ABr
Em intervalo de poucas horas, Agnelo determinou a publicação e a revogação do decreto
 
Em um intervalo de poucas horas, deputados e pessoas ligadas a grupos  Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros (LGBT) foram da euforia à depressão em Brasília. O motivo foi a publicação e depois revogação de um decreto regulamentando lei de 2000 estabelecendo punições para quem discriminasse homossexuais em estabelecimentos comerciais. Neste caso, a pressão de parlamentares e representantes conservadores junto ao governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, teve efeito rápido.

A justificativa oficial do governo é que houve um erro na tramitação do decreto. O texto não teria passado pela área jurídica do governo. Em nota distribuída na quinta-feira (9), a Secretaria de Comunicação Social do DF afirmou que foram identificados vícios formais, “que precisam ser corrigidos”. “Por isso, o assunto será encaminhado à área jurídica para os ajustes necessários”, diz a nota.

No entanto, o Congresso em Foco apurou com pessoas próximas ao governo que o decreto passou pela área jurídica e estava pronto para publicação. Foi estudado e enviado para deputados distritais da base. Alguns chegaram a fazer sugestões, que acabaram rejeitadas. No dia anterior ao da publicação, quarta-feira (8), de acordo com duas pessoas ouvidas pelo site, Agnelo ligou para a deputada distrital Arlete Sampaio (PT), líder do governo na Câmara Legislativa.

Agnelo informou para a deputada, que atua na área de direitos humanos, que o decreto seria publicado no dia seguinte. Quando decidiu revogar a publicação, o governador afirmou que não sabia do assunto. O Congresso em Foco apurou que, logo após a publicação, o chefe do governo local recebeu deputados conservadores, religiosos e pessoas contrárias ao decreto. O encontro não estava na agenda oficial. A Secretaria de Comunicação não confirma a reunião. Leia a íntegra