Sábado, 19 de abril de 2014
Fontes: Sintrajud e Auditoria Cidadã da Dívida
É possível aumentar substancialmente o quadro de servidores do Poder
Judiciário da União (PJU), bem como elevar a remuneração dos
trabalhadores, seja pela revisão anual da remuneração, seja pela criação
de uma nova carreira aos servidores. A conclusão é do estudo econômico
realizado pelo economista Washington Luiz Moura Lima, que assessora o
Sintrajud, com base em dados referentes à execução das despesas de
pessoal e o limite de gastos permitido pela Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF) do PJU e da Justiça do Distrito Federal e Territórios
(JDFT).
De acordo com o estudo, entre os anos de 2003 e 2013 houve, de uma
maneira geral, redução nas Despesas Líquidas de Pessoal (DLP) em relação
às Receitas Correntes Líquidas (RCL), notadamente a partir de 2009,
quando o percentual de comprometimento foi de 3,641%, caindo em 2010
para 3,3118%, com nova queda em 2011 para 3,0092%, descendo ainda mais
em 2012 para 2,8736%. Já em 2013, houve uma mínima elevação para 2,938%.
O Limite do Poder Judiciário Federal é de 6%, mais 0,275% da Justiça do
DF e Territórios, no total de 6,275%.
A diferença entre o que é utilizado pelo Judiciário e o permitido
pela LRF acumulou R$ 146,9 bilhões entre 2003 e 2013, mesmo com a
elevação substancial do quadro de servidores ativos no período – que
subiu de 82.057 em 2003 para 109.475 em 2013, um aumento de 33% no
efetivo, segundo dados do boletim estatístico de pessoal do MPOG de
janeiro de 2014.
Para se ter uma melhor noção da proporção desses valores dos limites
não utilizados, em 2013, o valor não utilizado do limite de R$ 21,5
bilhões daria para cobrir em quase quatro vezes o custo integral e sem
parcelamento do PCS IV. Segundo o economista, a falta da revisão anual
das remunerações e de um plano de carreira nos próximos anos fará
reduzir ainda mais as despesas líquidas de pessoal, em relação às
receitas correntes líquidas.
Os recursos, que poderiam ser destinados às despesas de pessoal, que
foram não utilizados acabam sendo desviados para outros gastos do
governo, como o pagamento da dívida aos bancos e especuladores e
incentivos fiscais aos grandes empresários, que consomem anualmente
centenas de bilhões do orçamento.
Veja o Estudo completo no link: http://www.sintrajud.org.br/conteudo/detalhe_estudo.php?cod=79 .
Fonte: http://www.sintrajud.org.br/conteudo/detalhe_noticia.php?cod=2318