Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Muitas "caixas pretas" precisam ser abertas. Governabilidade e "gerentona" em xeque. "Negociação" mineira. O veneno está na mesa 2, estréia no Rio

Segunda, 14 de abril de 2014
Daniel Mazola
Tribuna da Imprensa
Definitivo, mesmo antes da próxima pesquisa: Dona Dilma Rousseff não está mais garantida, a “gerentona” já entrou em queda livre. E para agonia da cúpula petista, Lula, postes, agregados e aliados a Operação Lava Jato tem tudo para produzir novos estragos para figuras chaves do PT.
 
Fantasmas, pavor, agonia, medo, terror, em meio a documentos e computadores apreendidos na Petrobras, surge o nome de Antônio Palocci Filho, ex-ministro da Fazenda de Lula e ex-chefe da Casa Civil de Dilma. A cúpula petista já teme que, além do já queimado deputado federal André Vargas, as investigações da Polícia Federal também apontem ligações de negócios entre Palocci e o doleiro Alberto Youssef (que tinha como parceiro Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras).
O doleiro Youssef já teria passado à Polícia Federal os nomes de pelo menos 47 parlamentares que costumavam utilizar seus serviços. O grande temor-pavor-agonia-terror é que apareçam detalhes sobre financiamentos milionários de empresas parceiras em negociatas para campanhas eleitorais. Como as investigações estão fora do controle do governo, tudo pode acontecer. Informações comprometedoras tendem a vazar. E mesmo encontrando dificuldades técnicas, a operação abafa está em andamento.
 
O procurador do MPF no TCU, Marinus Marsico, já fez uma representação ao TCU pedindo que apurassem responsabilidades na diretoria-executiva e eventualmente nos conselhos da Petrobras: “Configurado o débito, tem-se o rol de responsáveis que são obrigados a devolver esses recursos. O tribunal também pode aplicar multas, que podem ser proporcionais ao débito ou decorrentes de atos de gestão temerários, ilegítimos, antieconômicos. O problema é que não é factível que se paguem as multas”.
 
É certo também que a BR Distribuidora sofrerá uma devassa por causa das ações sobre o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras. Além dela, merecem apuração também outras bilionárias “caixas Pretas” que envolvem as finanças da empresa, e como já sabemos, são muitas. Muitas “caixas pretas” precisam ser abertas no País, na Petrobras, mas também fora dela onde são ainda mais numerosas. PSDB, FHC, Aécio, Serra, Alckmin e agregados também tem pavor da abertura dessas "caixas pretas".
 
Mais nervosa que nunca, Dona Dilma Rousseff anda gritando com todos os assessores diretos, acredita que possa ser alvo de um impeachment. E sabe que crescem as chances de, assim que sair da Presidência da República, ser processada por responsabilidade pelas decisões tomadas nos tempos em que presidiu o Conselho da Petrobras, no governo Lula. A governabilidade foi colocada em xeque.
 
O “negocião” do Mineirão 
 
Na inacreditável “república dos banqueiros” brasileira, o consórcio recebe grana do Estado no investimento, fica com o lucro e, se o lucro não vem, ou se vem em quantia que não é alta o suficiente, o Estado completa! Pagamos (cidadão-contribuinte-eleitor) na saída e na entrada!
 
A concessionária Minas Arena terá direito de operar o Mineirão por 25 anos. Para isso investiu R$ 654,5 milhões, dos quais recolheu do BNDES R$ 400 milhões. Nesse período, a empresa terá um retorno assegurado (em parcelas fixas e variáveis), conforme seu desempenho financeiro. Por exemplo, se o negócio não render lucro e a empresa tiver prejuízo, o governo repassaria ao consórcio um valor mensal que pode chegar até R$ 3,7 milhões por mês.
 
O contrato assinado estabelece uma faixa de garantia: se o negócio render até R$ 2,59 milhões por mês, o governo completa a diferença entre R$ 3,7 milhões e R$ 2,59 milhões. Mestre Helio Fernandes, com licença: “Que maravilha viver!”. 
 
“O Veneno Está na Mesa 2”, de Sílvio Tendler, estréia dia 16


Na quarta feira, dia 16 de abril, o filme “O Veneno está na Mesa 2″ estréia no Rio de Janeiro. Será no Teatro Casa Grande, às 20h. Após a exibição, haverá um debate com o diretor, o membro da coordenação nacional do MST João Pedro Stédile, e com o pesquisador da Fiocruz e ex-gerente da ANVISA Luiz Cláudio Meirelles. A entrada será gratuita.
 
O Veneno Está Na Mesa 2” atualiza e avança na abordagem do modelo agrícola nacional atual e de suas consequências para a saúde pública. O filme apresenta experiências agroecológicas empreendidas em todo o Brasil, mostrando a existência de alternativas viáveis de produção de alimentos saudáveis, que respeitam a natureza, os trabalhadores rurais e os consumidores. Imperdível!