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(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

USP revê versão sobre professora desaparecida

Quinta, 17 de abril de 2014

Demitida há 40 anos por abandono de emprego, Ana Rosa Kucinski, segundo relatos, foi sequestrada e morta por agentes da ditadura

Roldão Arruda - O Estado de S. Paulo
A Universidade de São Paulo (USP) deve reverter nos próximos dias uma de suas decisões mais polêmicas e incômodas do período da ditadura: a demissão da professora de química Ana Rosa Kucinski, por abandono de emprego, ocorrida há 40 anos. Amanhã a Congregação do Instituto de Química vai se reunir e analisar um pedido da Comissão da Verdade da USP, para que a decisão seja mudada.
Ana Rosa Kucinski foi vista pela última vez em 1974 - Reprodução
Reprodução
Ana Rosa Kucinski foi vista pela última vez em 1974
 
De acordo com a justificativa apresentada no pedido da comissão, a decisão anterior não levou em conta informações que na época já indicavam, de maneira clara, que a professora não abandonara o emprego, mas fora sequestrada por agentes do aparato repressivo da ditadura, no centro de São Paulo, e estava desaparecida.

Se a Congregação cancelar a demissão, o que é dado como quase certo, no dia 22 deve ser inaugurada uma escultura em memória da professora, nos jardins do Instituto de Química. Também está previsto que um representante da diretoria da instituição apresente na ocasião um pedido formal de desculpas à família dela.

Sabe-se hoje, por meio de relatos de militares e policiais civis que integraram o sistema repressivo, que Ana Rosa e o marido, Wilson Silva, ambos militantes da organização clandestina Ação Libertadora Nacional (ALN), foram presos em São Paulo, no dia 22 de abril de 1974, e levados para a Casa da Morte, em Petrópolis, no Estado do Rio. Segundo informações da Comissão Nacional da Verdade, tratava-se de um dos principais centros clandestinos montados pela ditadura para interrogatório e extermínio de opositores.

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