Segunda, 16
de fevereiro de 2015
Da Agência
Lusa
Na sexta-feira, o Banco da Inglaterra, que também trata da
supervisão do sistema bancário, por meio da Autoridade de Regulação Prudencial,
prontificou-se a analisar as práticas do HSBC.
Na França, os juízes encarregados do inquérito relativo à
fraude fiscal praticada em grande escala no HSBC Private Bank, baseado em
Genebra, na Suíça, terminaram as suas investigações, o que abre agora a
possibilidade de abertura de um processo.
Os juízes Guillaume Daieff e Charlotte Bilger terminaram as
investigações na última quinta-feira (12), mas o inquérito prossegue analisando
outros aspetos, especialmente aqueles ligados ao papel desempenhado pela sede
do banco, que fica em Londres. Daieff e Bilger estão convencidos de que o banco
“se beneficiou do produto da fraude fiscal”, organizou a ocultação “dos fluxos
financeiros” e “lavou fundos de origem ilícita”, conforme especificou uma fonte
envolvida no caso.
Em particular, o banco teria utilizado numerosos fundos e
empresas fantasmas para ajudar os seus clientes donos de grandes fortunas a
esconder os seus ativos. Após o fim das investigações, a próxima etapa
relevante vai ser a das acusações da procuradoria. Ou seja, os juízes de
instrução vão ter de decidir se o HSBC Private Banking é ou não julgado.
O banco tem ainda a possibilidade de admitir a culpa. Este
cenário passaria por uma dura negociação entre a Justiça e o banco. As
acusações que incidem sobre o HSBC implicam multa, que pode chegar à metade do
valor dos fundos lavados e ser suficientemente pesada para dispensar a
realização de um julgamento.
Na semana passada, veículos de imprensa do mundo inteiro
divulgaram levantamento do Consórcio Internacional dos Jornalistas de
Investigação, batizado SwissLeaks, realizado com base em documentos do banco na
Suíça roubados em 2007 por um antigo empregado, o técnico em informática
franco-italiano Hervé Falciani.
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