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(Millôr Fernandes)

domingo, 7 de junho de 2015

Superbactéria: Sindicato dos Médicos do DF rechaça acusação do GDF e recorre ao Ministério Público para que apure responsabilidades pela contaminação

Domingo, 7 de junho de 2015
Do SindMédico/DF
O sindicato "encaminhará pedido ao Ministério Público para apuração de responsabilidades e adoção das medidas legais cabíveis, bem como para que seja determinado, em caráter de urgência, o abastecimento das unidades de saúde com os medicamentos e materiais médico-hospitalares necessários."

Leia a seguir a nota do Sindicato dos Médicos: 
 
Em função de posicionamentos da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal que visam tão somente furtar-se de responsabilidade pelos casos de surtos infecciosos em unidades públicas do Distrito Federal, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), destaca fatos relevantes para a análise da questão.

Se a proliferação desenfreada de infeções por bactérias multirresistentes fosse provocada simplesmente porque profissionais deixam de lavar as mãos, o atual quadro seria permanente e não uma endemia como a atual.

Desde o início do ano, ocorre uma falta geral de antibióticos na rede pública de saúde do Distrito Federal. Os médicos são obrigados a tratar infecções que não eram graves, mas precisavam de internação hospitalar, com carbapenêmicos – medicamentos mais recentes indicados para casos mais complexos.

É de conhecimento geral que o uso indiscriminado de antibióticos de largo espectro provoca a seleção de bactérias multirresistentes. Repetidas vezes a situação foi registrada pelo SindMédico-DF, pelo Conselho Regional de Medicina do Distrito Federal (CRM-DF) e pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus). E sempre foi de conhecimento da alta gestão da saúde pública.

Além da falta de medicamentos, as unidades convivem com falta de materiais de bioproteção, como máscaras, capotes, luvas de procedimentos, algodão para higienização de estetoscópio, álcool gel e até material de limpeza. A superlotação de pacientes sem acomodações adequadas – tanto mais nos casos em que é necessário o isolamento – e a sobrecarga de trabalho sobre médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem contribuem ainda mais para o aumento da ocorrência de infecções.

Isto posto, evidencia-se que a origem dos surtos de infecção por “superbactérias” tem raízes em falhas gritantes e injustificáveis na gestão da saúde pública. Diante do exposto, o Sindicato dos Médicos do Distrito Federal (SindMédico-DF), encaminhará pedido ao Ministério Público para apuração de responsabilidades e adoção das medidas legais cabíveis, bem como para que seja determinado, em caráter de urgência, o abastecimento das unidades de saúde com os medicamentos e materiais médico-hospitalares necessários.