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(Millôr Fernandes)

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

OSs da Saúde são acusadas de fraudes trabalhistas

Sexta, 25 de agosto de 2017
Ministério do Trabalho aponta fraudes milionárias sendo praticadas há anos contra trabalhadores de hospitais terceirizados no Estado e contra os cofres públicos

Do site Ataque aos Cofres Públicos

Organizações Sociais (OSs) que gerenciam hospitais públicos em Goiás (Agir, Gerir e IGH) e foram acusadas pelo Ministério do Trabalho de realizar fraudes trabalhistas milionárias.
De acordo com uma auditoria feita pelo órgão, as fraudes trabalhistas significativas. Apenas o não recolhimento da contribuição ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) supera o valor de R$ 8 milhões nos últimos cinco anos. Uma destas OSs tem passivo trabalhista de R$ 6 milhões proveniente de 169 reclamações.

A auditoria também constatou que há médicos que, em teoria, realizam jornadas de trabalho contínuas de até 60 horas (será que eles ficam no hospital durante este tempo todo?) em UTIs e centros cirúrgicos. Há também médicos que recebem sem vínculo de trabalho.
Além disso, os auditores descobriram que houve quarteirização da mão de obra médica para empresas de fachada e contratação de profissionais sem processo seletivo transparente. Foram lavrados 23 autora de infração por fraude em contratos de trabalho e jornadas excessivas.
As informações surpreenderam os promotores, que participaram de uma entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (24) para divulgar os resultados da auditoria.
Detalhes
O auditor do trabalho responsável para operação, Ricardo de Oliveira, relatou que desde janeiro deste ano, as investigações ocorriam nas três OSs que gerem boa parte dos hospitais públicos de Goiânia e Região Metropolitana, sendo elas a Agir, que é responsável pelo Crer e pelo Hugol; Gerir, que é administradora do Hugo e Hospital de Urgência de Trindade (Hutrin) e o IGH, que está à frente do Materno Infantil (HMI), Huapa e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes.
Segundo Ricardo, vários servidores estavam trabalhando em jornada de 60 horas seguidas. O tempo é cinco vezes maior do que as 12 horas recomendadas pelo Ministério de Trabalho.
Além disso, o auditor conta que cerca de 300 colaboradores estavam sem contrato de trabalho vinculado com os hospitais.
Ainda segundo Ricardo, a auditoria constatou que as OSs não realizavam controle da jornada de trabalho dos funcionários e que alguns médicos estavam ganhando sem cumprir totalmente a sua escala. “A gente constatou a falta de uma medição de serviço e verificamos que tinham médicos que estavam cumprindo uma hora de serviço e recebendo por seis, por exemplo.”
Os dados levantados foram apresentados para os órgãos responsáveis e também para o Ministério Público Federal, já que existe o repasse de verba da União para o Estado que distribui para as OSs.
Nem a  Secretária de Saúde do Estado e nem as OSs envolvidas nas denúncias de fraudes se posicionaram até o momento.
Fiscalizações como essa do MPT são exceções. Na prática, as fraudes e os esquemas ocorrem nas sombras por anos e quase nunca são descobertos.
Esse é o modelo moderno e eficiente que o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) diz que está levando para a rede de ensino do estado. Empresas lidando com quantias milionárias sem transparência e sem controle!
Fonte: FolhaGo e Mais Goiás