Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

terça-feira, 10 de março de 2020

Hospital do Amazonas terceirizado custa mais que 3 hospitais públicos; Estado já perdeu mais de R$ 100 milhões em corrupção envolvendo OSs

Terça, 10 de março de 2020
delphina
Apenas um único hospital gerido por organização social (ainda que subaproveitado) custa mais do que três hospitais juntos, geridos de forma direta pelo Estado do Amazonas.
As informações estão presentes em um artigo escrito por um deputado estadual do Amazonas e publicado na mídia local.
Wilker Barreto (Podemos) resolveu explicitar o que vê na saúde do estado começando seu texto assim:
“O que escrevo hoje serve como um novo alerta para a população. O risco da terceirização da Saúde do Amazonas por meio das OS (Organizações Sociais). No dia 17 de fevereiro, o governo do Amazonas publicou o chamamento das OS para administrar uma das principais unidades de saúde do nosso Estado, o Hospital Pronto-Socorro 28 de Agosto”.
Em outro trecho do texto publicado no site do Diário AM ele continua:
“Essa ‘privatização’ da saúde é enganosa. Não pensem que o setor vai melhorar da noite para o dia. Já temos exemplos no Brasil que não deram certo e se tornaram esquema de negociação da propina e corrupção. Mas vamos ficar por aqui mesmo. O Hospital Delphina Aziz, na zona norte, é um mero exemplo que este não é o caminho correto para seguir.
A unidade de saúde que serviria para desafogar o Hospital João Lúcio e o HPS 28 de Agosto adotou a terceirização por meio do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), porém está há 10 meses funcionando com apenas 37% de sua capacidade e já começa a ficar com a estrutura comprometida, apesar dos R$ 14 milhões de pagamento ao mês. Somando 12 meses de contrato, chegaremos a quase R$ 170 milhões”.

Segundo Barreto, o Hospital Delphina custa mais caro que os três hospitais juntos: 28 de Agosto, João Lúcio e Platão Araujo, cujos custeios somam R$ 141 milhões ao ano.
“O povo não pode mais pagar um alto preço para esperar por um atendimento que nunca vem”, finaliza.
Ao que parece, o Estado do Amazonas, assolado recentemente por um escândalo de corrupção sem precedentes envolvendo OSs, não aprendeu mesmo a lição. A Operação Maus Caminhos, que até hoje produz desdobramentos, estima que tenham sido desviados da saúde mais de R$ 100 milhões. Até o momento, em seis fases, a operação levou para a cadeia 58 pessoas, entre prisões preventivas e temporárias.