Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

domingo, 2 de outubro de 2022

Dia Internacional da Não-Violência relembra inspiração de Gandhi para a paz

Domingo, 2 de outubro de 2022
ONU/Ryan Brown. —ONU ressalta a inspiração do líder indiano que foi pioneiro de movimentos não-violentos

ONU News
2 Outubro 2022

Nações Unidas pedem que princípio seja promovido através da educação e conscientização em todo o mundo; série de diálogos entre jovens e políticos marca início da década de instituto da Unesco.

Este 2 de outubro marca o Dia Internacional da Não-Violência. A celebração coincide com a passagem de 108 anos do nascimento de Mahatma Gandhi, o líder do movimento pela independência e filósofo da Índia.

Ele foi notabilizado pela estratégia da não-violência, princípio que levou a Assembleia Geral a proclamar a data após uma proposta endossada por 140 países

Mudança social

As Nações Unidas defendem que a data sirva para divulgar a mensagem da não-violência por meios como a educação e o aumento da consciência pública sobre o tema.

Aliado ao pacifismo, o conceito também veio a ser adotado no Século 20 por movimentos sociais defendendo que governantes cooperem com a população.
ONU/Eskinder Debebe  —António Guterres disse que a não-violência é uma das bases da atuação da ONU

Protestos e ações de afirmação, incluindo marchas e vigílias, estão entre as ações mais conhecidas para promover a não-violência. Esse princípio também se expressa através da falta de cooperação ou intervenção social com bloqueios e ocupação de espaços públicos.

Em 2022, a ONU abrigou um painel de diálogo entre jovens e políticos sob o tema “Educação para o florescimento humano”.
Coragem e convicção

A celebração marca o início da série de debates sobre a década do Instituto Mahatma Gandhi de Educação para a Paz e o Desenvolvimento Sustentável, associado à Organização das Nações Unidas para Educação Ciência e Cultura, Unesco, em parceria com a Índia.

A última grande celebração das Nações Unidas antes da pandemia aconteceu nos 105 anos de nascimento de Gandhi, em 2019.
ONU —Nações Unidas marcaram os 105 anos de nascimento de Gandhi em 2019.

O secretário-geral ressaltou a inspiração do líder indiano que foi “pioneiro de movimentos não-violentos que mudaram a história”.

António Guterres disse que o princípio é uma das bases da atuação da ONU, que seguirá inspirada pela sua coragem e convicção.

Na decisão que estabeleceu a data, a organização estimula atos de comemoração por Estados-membros, entidades integrantes do sistema das Nações Unidas, organizações regionais, ONGs e indivíduos.


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O Blog Gama Livre sugere a leitura de 

A pérola e a coroa

Winston Churchill havia avisado:

—É alarmante e nauseabundo ver esse senhor chamado Gandhi, esse maligno e fanático subversivo... A verdade é que cedo ou tarde teremos que enfrentá-lo, enfrentarmos ele e todos os que o apoiam, e finalmente esmagá-los. Não serve para nada tentar acalmar o tigre dando a ele comida de gato. E não temos a menor intenção de abandonar a mais brilhante e preciosa pérola da nossa coroa, glória e poder do Império Britânico.

Mas, alguns anos depois, a pérola abandonou a coroa. No dia de hoje de 1947, a Índia conquistou a sua independência.

O duro caminho rumo à liberdade tinha se aberto em 1930, quando Mahatma Gandhi, esquálido, quase nu, chegou a uma praia do oceano Índico.

Era a marcha do sal. Eram poucos, pouquinhos, quando a marcha partiu, mas uma multidão chegou ao destino. E cada um pegou um punhado de sal e levou à boca, e assim cada um deles violou a lei britânica, que proibia que os hindus comessem o sal de seu próprio país.

Eduardo Galeano, no livro 'Os filhos dos dias',
2ª ed., 2012, pág. 261. L&PM Editores.
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A Marcha do Sal




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Hoje, Dia Internacional da Não Violência, pode ser útil recordar uma frase do general Dwight Eisenhower, que não era exatamente um militante pacifista. Em 1953, sendo presidente da nação que mais dinheiro gasta em armas, reconheceu:
— Cada uma das armas fabricadas, cada navio de guerra que é posto para navegar, cada projétil que é disparado é um roubo aos famintos que não têm comida e aos despidos que não têm abrigo.

Eduardo Galeano, no livro ‘Os filhos dos dias’, L&PM Editores, 2ª edição, 2012, página 314.
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