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(Millôr Fernandes)

domingo, 23 de outubro de 2022

PARA NUNCA ESQUECER —Memorial pelas vítimas da covid-19 será instalado na av. Paulista neste domingo (23)

Domingo, 23 de outubro de 2022

Qualquer pessoa pode participar do ato e da pintura do memorial de 20 metros que acontece a partir das 13h

Gabriela Moncau
Brasil de Fato | São Paulo (SP) 

Política do governo Bolsonaro frente à pandemia causou centenas de milhares de mortes evitáveis

Um painel de 20 metros com corações pintados, representando cada uma das cerca de 690 mil pessoas que morreram com covid-19 no Brasil vai ser instalado na av. Paulista, na altura do número 1403, neste domingo (23). Organizada pela Associação de Vítimas e Familiares de Vítimas da Covid-19 (Avico), a intervenção será acompanhada de um ato que acontece às 13h.

A homenagem conta com o apoio do projeto “Eles poderiam estar vivos”. Nasceu como um documentário sobre como a política do governo Bolsonaro frente à pandemia causou centenas de milhares de mortes evitáveis. Lançado em setembro, está disponível no Youtube e, depois, se tornou um projeto permanente de produção audiovisual pela memória dos que perderam a vida durante a crise sanitária.

Em depoimento à CPI da Covid-19 no Senado Federal, em 2021, o epidemiologista Pedro Hallal afirmou que, segundo cálculos da Epicovid, pesquisa da Universidade Federal de Pelotas, 400 mil mortes da pandemia poderiam ter sido evitadas.


Citando atrasos na compra de vacinas e desestímulo às medidas de cuidado, Hallal atribuiu à postura de Jair Bolsonaro (PL) a principal responsabilidade pelo país ter alcançado 13% das mortes por coronavírus no planeta, apesar de ter apenas 2,7% da população mundial.

Para que não se repita

Na última quinta-feira (20) sobreviventes e familiares de vítimas da pandemia se manifestaram em Brasília contra a reeleição de Bolsonaro / Robinson Jamal e Walmor Fernando

“Para que nunca mais um horror como o que vivemos se repita”, afirma Paola Falceta, presidente da Avico, “não podemos deixar esse capítulo da nossa história ser esquecido”.

Paola, assistente social, fundou a Avico em abril de 2021, ao lado do advogado Gustavo Bernardes. Ela se contaminou com a doença enquanto cuidava de sua mãe, que foi uma vítima fatal da pandemia. Bernardes se infectou com o vírus no final de 2020, quando as vacinas ainda não tinham chegado no país. Foi internado, entubado e sofreu com graves sequelas. Atualmente, a associação tem aproximadamente 1800 membros, em 24 estados.

“Não podemos deixar cair no esquecimento que os efeitos dessa pandemia poderiam ser minimizados e milhares de pessoas, como minha mãe, poderiam estar vivas se as medidas preventivas cabíveis tivessem sido tomadas”, salienta Falceta.

Edição: Vivian Virissimo