Terça, 15 de maio de 2012
Luciana Lima, repórter
Com a suspensão do depoimento do empresário Carlos Augusto
de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, determinada pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
do Cachoeira, fará hoje (15) à tarde uma reunião administrativa.
Na pauta estão cerca de 200 requerimentos, entre eles, pedidos de
convocações do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de sua
mulher, a subprocuradora Cláudia Abreu, de governadores, além de quebra
de sigilos bancários da Delta, por exemplo. A empresa é suspeita de se
beneficiar do esquema comandado por Cachoeira.
O presidente da CPMI, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que os
trabalhos da comissão continuarão até o STF julgar o mérito do pedido de
habeas corpus concedido ontem, em caráter liminar, pelo ministro Celso de Melo.
"Hoje faremos a sessão administrativa para votar requerimentos e, até
lá, poderemos ouvir outros acusados", destacou o senador.
"Pretendo acabar com essa tensão e retomar a CPI dentro do prazo
determinado. Quero resolver de forma técnica essa questão da CPI. Na
quinta, vamos ouvir os procuradores [Daniel de Resende Salgado e Léa
Batista de Oliveira, que participaram da Operação Monte Carlo]. O que eu
vou fazer é aproveitar, resolver os requerimentos que precisam ser
analisados e, na quinta, eu ouço os procuradores", destacou Vital do
Rêgo.
O depoimento de Cachoeira estava marcado para hoje, mas a decisão do
STF obrigou a CPMI a adiar a oitiva até que o mérito do pedido seja
julgado, o que pode ocorrer na próxima semana. No pedido, a defesa de
Cachoeira alegou que ele não teve acesso amplo a todas as informações
sobre o processo.
O senador considerou que a CPMI manterá a decisão tomada sobre a guarda
dos documentos, restringindo a acesso apenas a membros da comissão e
que, a defesa de Cachoeira tem que obter as informações na Justiça. "A
CPMI mantém a decisão tomada na guarda dos documentos. Essa é uma
questão de ordem processual", destacou o presidente.
Vital do Rêgo informou ainda que houve um "ruído de informação" sobre a
necessidade de a CPMI dar acesso aos documentos para os advogados de
defesa. "O que aconteceu foi que, quando a defesa de Cachoeira foi
procurar os autos na 11ª Vara Federal de Goiânia, esses documentos já
estavam no STF. Ele tem que conseguir os documentos por meio do
Supremo", destacou Vital do Rêgo.