Sábado, 1 de outubro de 2011
Foto: ABr
Mulher de coragem, retidão de
caráter e consciente de suas obrigações funcionais, Eliana Calmon, corregedora-geral
do CNJ (Conselho Nacional Justiça), declarou esta semana, em defesa das
funções fiscalizadoras do Conselho, que havia bandidos infiltrados na Justiça,
bandidos de togas. Foi um escarcéu a sua afirmação e ela, a ministra, foi
vítima até de uma nota de repúdio capitaneada pelo presidente do CNJ, ministro
Cezar Peluso.
A nota provocou um
desencadeamento de reações e críticas a Peluso e a sua descabida nota de
repúdio, nota assinada pela maioria dos integrantes do Conselho.
Eliana não cedeu às pressões e
manteve sua dignidade de ministra, não recuando do que disse sobre a existência
de “bandidos de toga”. Ela recebeu o apoio de muitas entidades, a exemplo da
OAB, e também de cidadãos que se manifestaram em comentários em jornais e blogs
espalhados pelo Brasil.
Peluzo, que tentou atropelar as
posições da ministra Eliana Calmon, agora é que é atropelado. E por metade dos
integrantes do CNJ que assinaram a carta de repúdio à Eliana. Seis deles
assinaram um documento, redigido em conjunto, em apoio ao que a ministra
defende. Em apoio à competência do CNJ em investigar e processar juízes
suspeitos de irregularidades. É um documento que, na realidade, é também de
apoio à Eliana e de crítica às posições assumidas por Cezar Peluso que teria,
segundo um dos assinantes do documento de ontem, provocado uma “confusão
intencional”.
Não se deve, acho, andar elogiando servidor que, por obrigação, deve zelar por suas atribuições. Mas que essa baiana, essa conterrânea, é muito retada, é.