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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Ministério Público Federal do RJ denuncia falsas pesquisadoras por furto de obra rara em biblioteca da UFRJ

Quarta, 2 de janeiro de 2013
Do MPF
Penas podem chegar a oito anos de prisão
 
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro (MPF/RJ) denunciou duas mulheres, que se passavam por pesquisadoras, pelo furto do livro “Historie des Oiseaux du Brésil”, de 1852, da biblioteca da Faculdade de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em fevereiro de 2006, Iwaloo Cristina Santana Sakamoto e Verônica da Silva Santos, usando os pseudônimos Júlia e Fátima, respectivamente, entraram na faculdade e furtaram a obra rara. Se condenadas, as penas podem ser de dois a oito anos de prisão. (Inquérito Policial nº 2006.51015095046)

No dia em que ocorreu o furto, ambas solicitaram o livro citado para consulta, e em momento oportuno, saíram do local com a obra. De acordo com testemunhas ouvidas durante a investigação, Iwallo e Verônica teriam comparecido à biblioteca por três vezes, antes de cometerem o crime. As denunciadas tiveram suas identidades reveladas a partir da identificação do homem que as teria acompanhado em uma dessas visitas, Laéssio Rodrigues de Oliveira, que já foi indiciado por diversos furtos em museus e bibliotecas, bem como pelo número de celular que uma delas deixara por ocasião da visita em que houve o furto.

Na denúncia do MPF enviada à Justiça Federal, consta ainda menção a cópia do documento de controle de entrada de leitores fornecido pela Fundação Biblioteca Nacional, no qual os nomes das denunciadas aparecem. Ambas estiveram no local na véspera da primeira visita à Biblioteca da Faculdade de Belas Artes. Além disso, há uma carta escrita pela própria Verônica, identificando-se como pesquisadora. Em depoimento policial, as duas acusadas negaram o furto da obra “Historie des Oiseaux du Brésil”, embora uma delas tenha sido reconhecida por uma das bibliotecárias da UFRJ.

“A despeito das variadas estratégias empregadas pelos responsáveis por esse tipo de delito contra o patrimônio histórico nacional, a Polícia Federal teve êxito em identificar os responsáveis em vários casos de furto de obras raras no Rio de Janeiro em anos recentes. Alerta-se o público em geral, especialmente os que atuam no mercado de bens culturais, que comuniquem ao MPF se tiverem ciência do paradeiro da obra em questão, bem como de outras que tenham sido objeto de crimes similares, lembrando ainda que se alguém vier a adquiri-las com ciência de sua procedência ilícita poderá responder por crime de receptação", afirmou o procurador da República José Guilherme Ferraz, responsável pela denúncia.