Domingo, 6 de janeiro de 2013
MTST ocupa obra de prédio abandonada há 23
anos em Taguatinga. Manifestação é para
cobrar do governo Agnelo uma política
habitacional voltada as camadas
sociais mais desfavorecidas e denunciar
a ação especulativa das empreiteiras.
(Foto: G-1/TV Globo/ Reprodução)
Na madrugada de sábado, 5/1, cerca de 300 pessoas pertencentes ao Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) ocuparam e estão acampadas num prédio em construção no Pistão Sul, em Taguatinga - DF, localizada a cerca de 30 kms do centro de Brasília. Não houve conflitos. De acordo com informações do MTST, a área se encontra abandonada há 23 anos. Trata-se de um imóvel destinado a um centro comercial, localizado em área nobre, na confluência entre as cidades de Águas Claras e Taguatinga, próximo ao Taguashopping.
Segundo informaram lideranças do MTST, o imóvel é de propriedade da empresa Jarjour Veículos e Distribuição de Petróleo. O grupo é de propriedade de um empresário pioneiro em Brasília, que opera ou já operou com as marcas Café Arábia, Mercados Planalto (antigo Planaltão), Consórcio Nacional Jarjour, revendas autorizadas Ford e Agrale e com postos de gasolina na Capital Federal.
No início do governo Arruda, segundo informa o Jornal de Brasília, chegou-se a pensar na desapropriação do imóvel. Diante disso, informa o jornal, “Jarjour colocou homens de volta no canteiro de obras e algumas paredes ganharam reboco novo.” Um Termo de Ajustamento de Conduta - TAC chegou a ser preparado,prevedo a continuidade das obras e conclusão prevista para 2008. Mas a obra foi novamente abandonada.
Integrantes do MTST cobram do GDF cumprimento de acordo feito há um ano para a construção de casas populares. Foto: Divulgação MTST
O motivo do protesto é o não cumprimento pelo governo do Distrito Federal do acordo firmado durante a ocupação realizada em Ceilândia, em abril de 2012. Na ocasião, as 1.400 famílias que estavam acampadas por cerca de um mês, concordaram em sair da área pública administrada pela Terracap, que tem tamanho equivalente a 35 lotes de terrenos urbanos. A saída se deu após acordo com o GDF que previa auxílio-moradia para as famílias em situação mais grave e a construção dentro de um prazo de um ano de moradias populares, juntamente com uma política habitacional que favoreça a população que realmente precisa. Segundo os militantes do MTST, o aluguel social só foi pago durante três meses e as casas nunca foram erguidas.