Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Quem matou o ativista da internet Aaron Swartz?

Quarta, 16 de janeiro de 2013
Por Glenn Greenwald
No Diário do Centro do Mund
A depressão e a perseguição vingativa a um dos grandes herois do novo mundo digital

Aaron na livraria Borderland, em San Francisco
Aaron na livraria Borderland, em San Francisco

Aaron Swartz, o programador de computadores e ativista pela liberdade na Internet, cometeu suicídio na sexta-feira, em Nova York, com a idade de 26 anos. Como atestam as lembranças comoventes de seus amigos, como Cory Doctorow e Larry Lessig, ele foi, sem dúvida, brilhante, mas também – como a maioria de nós – um ser humano complexo, atormentado por demônios e falhas. Por muitas razões, eu não acredito em limpar a vida de uma pessoa ou beatificá-la quando morre. Mas, para mim, muito da vida tragicamente curta de Swartz encheu-se de atos que são genuinamente heroicos. Eu acho que isso é o que realmente vale a pena pensar a respeito.

Aos 14, Swartz desempenhou um papel fundamental no desenvolvimento do software RSS, que ainda é amplamente usado para habilitar as pessoas a gerir o que lêem na net. Quando adolescente, ele também desempenhou um papel vital na criação do Reddit, o popular site de notícias e rede social. Quando a editora Condé Nast comprou o Reddit, Swartz recebeu uma soma substancial de dinheiro muito jovem. Ele se tornou uma espécie de lenda no mundo da Internet antes de completar 18 anos. Seu caminho para o status de magnata era claro, fácil e praticamente garantido: um caminho que tantos outros jovens empresários da internet têm trilhado irresistivelmente, dedicando-se de forma maníaca a ganhar muito mais dinheiro do que terão tempo para gastar.

Mas sim, obviamente, Swartz tinha pouco interesse em dedicar sua vida ao próprio enriquecimento material, apesar do quão fácil isso teria sido para ele. Como Lessig escreveu: “Aaron não tinha feito nada em sua vida para ganhar dinheiro para ele mesmo; …Aaron sempre trabalhou para (pelo menos na sua concepção) o bem público.”