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(Millôr Fernandes)

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Portugal: O FMI, utilizando dados incorretos, defende medidas neoliberais que destruiriam as funções sociais do Estado e lançariam o país numa recessão maior

Quarta, 16 de janeiro de 2013
Do resistir.info
por Eugénio Rosa
A pedido do governo PSD/CDS (mais um exemplo do servilismo ao estrangeiro deste governo que despreza o saber cientifico nacional), o FMI elaborou um "estudo" com o título: Rethinking the State – Selected Expenditure reform options . O objetivo é claro como o próprio título o diz: " repensar o Estado ", ou seja, refundá-lo para utilizar as palavras de Passos Coelho. Para isso, é preciso começar por destrui-lo. Quem se dê ao trabalho de ler as suas 76 páginas em inglês (nem se deram ao trabalho de o traduzir em português) conclui que ele é mais um exemplo do neoliberalismo defendido pela escola de Chicago de Friedman, sendo o seu objetivo a destruição do Estado, ou seja, da Administração Pública e das funções sociais do Estado. O FMI, ignorando mais uma vez a Constituição da República Portuguesa (para estes "senhores" ela não existe), e sem a definição do que deve ser o Estado em Portugal, apresentou um "pacotão" de medidas que, aplicadas, destruiriam os sistemas públicos de saúde, educação, e segurança social e lançariam o país numa recessão económica ainda maior. E para fundamentar essas medidas de natureza ideológicas, o FMI não hesita em utilizar mesmo dados falsos e inverdades como iremos provar.

AS MEDIDAS DO FMI SÃO IDEOLÓGICAS E ESTÃO EM CONTRADIÇÃO COM DECLARAÇÕES RECENTES DO PRÓPRIO FMI, DESTRUIRIAM O ESTADO, E CAUSARIAM UMA RECESSÃO ECONOMICA AINDA MAIOR


A diretora do FMI, e o próprio representante do FMI na "troika", em declarações públicas recentes afirmaram, por diversas vezes, que só austeridade não resolve nada, poderá criar mesmo uma situação "insustentável". Contrariando essas posições públicas destes altos responsáveis do FMI, esta organização apresentou um "estudo" em que defende uma austeridade ainda mais violenta do que aquela que já está a ser imposta a Portugal (quadro 1), e nada diz sobre crescimento económico.