Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

sábado, 16 de março de 2013

Brasília e Washington: cidades irmãs ou primas distantes?

Sábado, 16 de março de 2013
Washigton Jeferson Memorial
Está faltando inteligência no governo local. Torçamos que os exemplos de Washington, a irmã mais velha, possam mudar esta realidade. Ela tem muito a ensinar à caçula, que anda trilhando por caminhos tortuosos e que não levam a uma melhoria de bem estar social.


Texto e fotos por Chico Sant’Anna

As capitais do Brasil e dos Estados Unidos da América, Brasília e Washington, decidiram ser cidades-irmãs. O parentesco foi formalizado por um convênio assinado entre o GDF e a prefeitura da capital dos Estados Unidos. Os laços familiares foram formalizados no dia 15/3 pelos mandatários das duas cidades.
Cidade irmã é um conceito que tem como objetivo a implementação de relações e mecanismos que permitam o intercâmbio de experiências e conhecimento em nível econômico, social e cultural, por meio dos quais cidades estabelecem laços de cooperação.
Washington e Brasília guardam muitas similitudes. As duas são capitais federais, são cidades planejadas, foram construídas para abrigar essencialmente a máquina pública federal e as representações diplomáticas. Ou seja, tinham como proposta ser capital de nações importantes das Américas. Ambas marcam um novo momento político de seus respectivos países.
Dois séculos separaram o surgimento das duas cidades. Mas o tempo não as fez muito diferentes. Assim, como a proposta de Lúcio Costa para Brasília, o projeto urbanístico de capital norte-americana também é de inspiração da escola francesa de urbanismo. Se Lúcio Costa e Niemeyer eram discípulos de Le Courbusier, Washington foi desenhada pelo arquiteto francês Pierre L’Enfant. Tal qual em Brasília, ele estabeleceu a separação entre os bairros residenciais e comerciais e o setor urbano destinado a abrigar os órgãos da administração pública.


Como a Torre de TV, em Brasília, o Washington Memorial é visível de todos os cantos da capital norte-americana. Seu simbolísmo homenageia o primeiro presidente dos EUA. Foto: Chico Sant'AnnaComo a Torre de TV, em Brasília, o Washington Memorial é visível de todos os cantos da capital norte-americana. Seu simbolísmo homenageia o primeiro presidente dos EUA. Foto: Chico Sant’Anna
 
Brasília foi inaugurada após uns quatro anos de construção. No caso dos EUA, a nova capital levou o dobro, oito anos. Data de 1797. As duas cidades estão apoiadas em uma cruz. Em Brasília, no formato de um avião, em Washington se assemelha mais a letra “T”. Na intersecção, ergue-se o Washington Memorial, um obelisco em homenagem ao primeiro presidente dos Estados Unidos e um dos líderes da rebelião contra os ingleses, que levou à independência das então treze colônias britânicas, hoje Estados, situadas na costa Leste do país.
Como um símbolo da união norte-americana, o obelisco é o ponto central de referência. De sua localização central partem três esplanadas que formam o National Mall. Uma delas, leva até a Casa Branca, residência e palácio oficial da presidência da República.

Washigton capitolioOutro eixo, que lembra a Esplanada dos Ministérios, leva à sede do poder legislativo, representado pelo Capitólio, o congresso nacional. A diferença desta alameda em relação à Brasília, é que em vez de estarem instalados os ministérios, este eixo abriga diversas instituições culturais, notadamente, museus como o de História Natural e a National Galery of Arts além de outras instituições mantidas pela conceituada Fundação Smithsonian.
Outro eixo leva o cidadão ao Lincoln Memorial, em cujas imediações se encontram uma série de memoriais e monumentos que não deixam o cidadão norte-americano esquecer-se de sua história e de seu passado, desde a Guerra de Secessão até os embates mais contemporâneos, como os do Meio Oriente.



A cidade respira cultura e atrai muitos turistas e estudantes, fortalecendo a economia local. Foto: Chico Sant'AnnaA cidade respira cultura e atrai muitos turistas e estudantes, fortalecendo a economia local. Foto: Chico Sant’Anna

Leia a íntegra do excelente artigo de Chico Sant'Anna