Quinta, 14 de março de 2013
Inconcebível
o Estado –na realidade, nós contribuintes escorchados pela elevada carga
tributária– ter ainda que assalariar religiosos seja lá de qual religião for.
Reportagem da Folha de S. Paulo de ontem (13/3) revelou que pelo menos cinco
pastores da igreja do deputado Marco Feliciano, aquele da zorra na Comissão de
Direitos Humanos e Defesa das Minorias da Câmara dos Deputados, mamam nas tetas
das verbas públicas. Recebem, sem trabalhar, da Câmara, fato que se esse país
fosse decente, exigiria de imediato a apuração e punição rigorosa, não só do
deputado, mas também dos bezerrinhos, aqueles que mamam sem dar a
contraprestação de serviço à Câmara.
E com a cara mais deslavada ainda vem o deputado e declara que empregou na Câmara os cinco pastores por eles não serem assalariado da sua igreja (sua de Feliciano), como se isso justificasse esse desvio de dinheiro público. Os pastores não estão nem na Câmara e nem no escritório eleitoral do parlamentar em São Paulo.
Mas fique tranquilo o pastor deputado Marco Feliciano. Não deverá responder, pelo menos na Câmara, pelos seus atos. Conselho de ética? Esqueça, pois tem provado que de ética não há nada.
Mas bem que o Ministério Público Federal, órgão autônomo do Executivo, do Legislativo e do Judiciário, responsável legalmente por fiscalizar a aplicação da lei, deveria abrir procedimento investigatório e depois entrar com representação na Justiça, pedindo o ressarcimento do dinheiro público pago indevidamente, e também a punição dos responsáveis. É por esse tipo de coisa que o MP pode fazer, que a sua atribuição constitucional em realizar investigações está sendo bombardeada por todos os lados, especialmente pela PEC 37, a PEC da impunidade, que tenta retirar essa competência do Ministério Público.
O contribuinte não deve pagar o salário de pastores, padres, pais de santo e outros guias espirituais. Isso deve ser um problema exclusivo das suas religiões.