Sexta, 4 de abril de 2014
Da Tribuna da Imprensa
Por Helio Fernandes
A situação de Dona Dilma é complicadíssima, indefensável,
miserável, contraditória. Favoritíssima para a reeleição, corre o risco, (o
país mais do que ela) de perder para o companheiro que inventou-a, mas hoje não
tem o menor apreço ou consideração por ela.
E pior ainda: Dona Dilma pode ganhar em outubro, não
tomar posse, ou iniciar em janeiro de 2015, outro mandato de quatro anos, mas
ter que enfrentar inapelavelmente, “um novo 1964”. Ninguém acredita nela,
ninguém suporta mais quatro anos dessa incompetência, ninguém referendará o
nome dela, mesmo que obtenha maioria nas urnas.
Dona
Dilma deveria ficar em silêncio, quando fala, longe da verdade
O passado de Dona Dilma foi dispensado, destituído e
desencantado por ela mesma. Suas primeiras palavras, quando surgiu “acompadrada
e acomodada” por Lula, foram violências e torturas contra os fatos verdadeiros.
Disse sem constrangimento: “Fiquei presa e fui torturada durante três anos”.
Ninguém
agüenta tanta tortura
Refutei logo a “faladora”, mostrei: “Ninguém suporta
esse tempo de tortura”. E dei os nomes dos dois personagens mais violentados,
massacrados, torturados, de nossa história: Prestes e Harry Berger. Este
enlouqueceu, foi abandonado num subterrâneo onde morreu, “Torturar um louco,
que não resistia nem sentia nada, qual o prazer?”.
Logo depois deixou entrever que no assalto e roubo do
cofre da casa da namorada do governador Ademar de Barros, “fora personagem importante
ou de primeiro time”. Já contei que ela nem era conhecida, ficou numa bomba de
combustível da esquina, para avisar se a polícia chegasse.
Há tempos revelei: dois personagens principais desse
assalto, mais tarde presos, fugiram, foram morar em Paris. Escreviam artigos
para a Tribuna impressa, sobre os bastidores do “contragolpe” principalmente do
roubo do cofre. Não dei o nome deles. Agora, não tem mais importância. Eram os Irmãos
Schiller, colocaram Dona Dilma na sua verdadeira insignificância.
O
desinteresse da Comissão da Verdade
É lógico e evidente que não desvendarão os fatos
verdadeiros, a ainda presidente continuará como “revolucionária”. Sem ser
contestada, continuou no caminho da contradição. Foi desfilando “títulos
conquistados em Universidades de esquina”, nenhum verdadeiro.
Mas ficou por isso mesmo, essa é a história do Brasil,
“contada” por personagens não personificados embora rigorosamente
identificados.
Até
onde irá Dona Dilma, no pedregoso caminho da inverdade?
Politicamente escondida no PDT não conseguia falar com
Leonel Brizola. Depois que ele morreu, se transferiu para o PT. Se ligou a
Lula, fez uma carreira que assombrou os militantes. Será reeleita com o
protesto dos participantes, se essa for a vontade do ex e sempre atual.
A cada dia surgem mais revelações inacreditáveis
publicadas pelo Estado de São Paulo. Se lançarem um livro, na certa ganham
merecidamente, o Prêmio Pulitzer, se não demorarem, Dona Dilma fica sob três
suspeitas. 1 – A não reeleição. 2 – O impedimento da posse. 3 – O
interrompimento do mandato em qualquer parte dele.
Não esquecer. Desde a IMPLANTAÇÃO pelos militares em
vez da PROMULGAÇÃO pelos verdadeiros republicanos, os presidentes que não
terminaram o mandato, quase tão grandes ou igual aos que chegaram ao final.
Dona
Dilma a terrorista de si mesmo
Já começou tendo que demitir seis ou sete ministros
logo no primeiro ano. Estabanada, não tendo se formado em coisa alguma, se
apresentou vitoriosa e aplaudida como CATEDRÁTICA DE DESADMINISTRAÇÃO. Com
louvores unânimes e negativos.
A
“gerentona”, citada como “falastrona”
Anteontem, três tolices inacreditáveis, pronunciadas na
assinatura do contrato no Galeão. 1 – “As Forças Armadas ficarão na Maré, até
julho, depois da Copa do Mundo”. Quer dizer que essa intervenção não foi para
proteger e dar outro sentido à vida das quase 150 mil pessoas que moram naquela
comunidade?
2 – “As Forças Armadas irão garantir o ponto mais
traumatizado, do Galeão ao centro, passando pela Linha Vermelha, a Avenida
Brasil, ultrapassando a Maré e chegando a outros pontos da cidade”.
Novamente: As Forças Armadas foram convocadas para
garantir o estrondoso investimento das Forças Armadas? Terminada a luxuosa e
dispendiosa Copa, a Maré voltará ao controle dos traficantes?
3 – Dona Dilma, “chorei quando os exilados desceram no
Galeão em 1964”. Ora os exilados só voltaram a partir da ANISTIA de 1979, essa
mesma ANISTIA que a Comissão da Verdade e a própria Dilma não querem acabar.
Chorou novamente, (confissão dela, sem qualquer
autenticidade) quando Tom Jobim fez o “O Samba do Avião”. Ora, a composição de
Tom é de 1962, levou muito tempo para chorar ou se lembrar.
PS –
Em 2002, o governador Garotinho tinha a reeleição garantida, mais quatro anos
no Guanabara. Pertencia ao Partido Socialista, o mesmo do ainda governador de
Pernambuco. Resolveu ser presidenciável, teve 15 milhões de votos. Eduardo
Campos está longe de chagar lá.
PS2 –
Tem mandato de senador até 2018, como se diz, “disputa de graça”. (Nada com a
presidente da Petrobras e a CPI do senado). Pode ter votação expressiva, ainda
mais com a ótima vice, Luciana Genro.
PS3 –
Viveu sempre no exterior, chegou a ser presidente de um Banco. Só com os bônus
anuais, acumulou enorme conta bancária.
PS4 –
Um dia lembrou que nascera em Goiás, voltou, se candidatou a deputado.
Inexplicavelmente se “elegeu” com 193 mil votos.
PS5 –
Convidado por Lula para presidir o BC, teve que jogar fora todos esses votos, o
presidente do BC não pode acumular.
PS6 –
Há meses foi convidado por Dona Dilma para Ministro da Fazenda a partir de
2015. Nem precisou dizer, “se eu for reeleita”, Lula cheio de dúvidas e
incertezas, seria o único adversário.
PS7 –
Mas pensando nos imprevisíveis, será novamente candidato a deputado federal.
Votos jogados fora, como aconteceu antes. E o “eleitor acredita”.
PS8 –
Agora, com todas as complicações em que se meteu por causa da displicência com
que exercia cargos “chaves”, Casa Civil e presidência do Conselho da Petrobras,
devia estar à beira do impeachment.
PS9 –
Mas nem CPI conseguem organizar, ou melhor, no momento em que escrevo, podem
“autorizar quatro CPIs”. Todas sobre a Petrobras. E tudo isso por causa dela
ter vindo a público, desfilando falsidades.
PS10 –
Apelou para o “eu não sabia de nada”, retrocedeu, confessou, “assinei o
contrato mesmo com o CONSELHO t-o-t-a-l-m-e-n-t-e contrário”.
PS11 –
Quem disse isso foi o conselheiro-empresário Gerdau, na Petrobras desde aquela
época. Agora pediu demissão.
PS12 –
Amanhã continuo desbaratando (a palavra lembra “barata voa”) Dona Dilma. Volto
até 2009, com outra batalha contra a Petrobras e a tentativa de CPI.
PS13 –
A Comissão da Verdade continua ignorando a importantíssima destruição da
Tribuna da Imprensa. E o desaparecimento no Senado do meu depoimento sobre o
fim a Tribuna.
PS14 – Tudo o que contei ontem pedindo a intervenção
dessa Comissão, e o fim da “Anistia” de um lado só, continuará ignorado.