Domingo, 13 de
abril de 2014
Jornal do Brasil
As generosidades que Eike Batista fez no período
investigado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e durante o qual o
empresário sabia da inviabilidade comercial de campos da OGX, mas seguiu sem
divulgar ao mercado informações relevantes, negociou ações ao mesmo tempo em
que dava declarações otimistas no Twitter - como divulgou na edição desta
sexta-feira (11) o jornal Valor Econômico - deveriam ser
consideradas pelo Ministério Público como doações do Estado, pois se
tratava de dinheiro apropriado para a OGX através de empréstimo do BNDES,
que é banco do povo.
O estranho é que a investigação por parte da CVM
desse processo criminoso não foi feita no tempo de sua insolvência. Não
podem se admitir crimes iguais a este quando comandado por empresários que
possam constituir penalidade só para o corrupto. O corruptor
é eternamente o grande responsável pela desmoralização do serviço
público no Brasil. É só corrermos atrás dos negócios dos empreiteiros no
últimos 50 anos. Sebastião Paes de Almeida, na era JK; Mendes
Júnior; Andrade Gutierrez; a empresa do genro; empresas
envolvidas na transamazônica; da época de Orestes Quércia e Luiz Antônio
Fleury Filho; Ferrovia Norte-Sul, denunciada pelo jornalista Jânio
de Freitas.
Agora, estamos vivenciando esses escândalos. Se
não bastassem esses, ainda temos os dos grandes corruptores. Por que será
que o responsável pela Coaf no governo FHC, esposa de um ministro do STF,
não denunciou o doleiro do caso Banestado? Quem era o doleiro? Quem era
o argentino doleiro do governo Collor? Quem é o doleiro Funaro? Quem
é do doleiro Yousseff? Há quanto tempo eles agem na atividade pública?
O Ministério Público é o único segmento nacional que
tem agido na direção de acabar com a corrupção. O Brasil hoje confia mais
nas indicações do Ministério Público do que nas de qualquer outro segmento
do Executivo, Legislativo ou parte do Judiciário.
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