Quinta, 11 de junho de 2015
Da Agência de Notícias da PF
São Paulo/SP - A Polícia Federal
deflagrou na manhã de hoje (11) a Operação Porto Victoria para
desarticular organização criminosa transnacional especializada em evasão
de divisas e lavagem de dinheiro em vários países. Estima-se que de
cerca de R$ 3 bilhões foram lavados em três anos de atuação.
Cerca de 130 Policiais Federais cumprem
11 mandados de prisão, 2 mandados de condução coercitiva e 30 mandados
de busca e apreensão nas cidades de São Paulo/SP, Araras/SP,
Indaiatuba/SP, Santa Bárbara do Oeste/SP e ainda em Curitiba/PR e
Resende/RJ.
A investigação teve início em 2014 após
solicitação da Agência Norte Americana de Imigração e Alfândega – ICE,
para apuração de fatos envolvendo um brasileiro que atuaria junto a uma
organização criminosa especializada em evasão de divisas e lavagem de
dinheiro em diversos países, como Reino Unido, Venezuela, Estados
Unidos, Brasil e Japão. As investigações da PF identificaram a atuação
do grupo em diversas frentes.
Um dos esquemas baseou-se na
especialização da retirada ilegal de divisas da Venezuela por meio de
importações fictícias promovidas por empresas brasileiras, que tinham
como fim somente a movimentação financeira. Os produtos brasileiros eram
superfaturados em até 5.000% para justificar a remessa dos valores
vindos da Venezuela. Em seguida, empréstimos e importações simuladas
justificavam o envio dos recursos para Hong Kong, de onde então eram
encaminhados para outras contas ao redor do mundo.
Outro modo de ação - realizado no
Brasil - era a realização de importações fictícias realizadas por
empresas brasileiras, valendo-se da colaboração de operadores do sistema
financeiro com bancos e corretoras de valores, que faziam vistas
grossas em relação à veracidade de transações comerciais que tinham como
único fim o envio de dólares para o exterior, com aparência de
legalidade.
Também foram detectadas transações por
meio de um esquema conhecido como “dólar cabo”, realizadas tanto no
Brasil quanto no exterior, à margem do sistema oficial de remessa de
divisas.
Os investigados responderão, na medida
de suas participações, pelos crimes de evasão de divisas, lavagem de
dinheiro, gestão fraudulenta de instituição financeira e organização
criminosa.