Terça, 8 de agosto de 2017
André Richter - Repórter da Agência Brasil
A defesa do presidente Michel Temer pediu hoje (8)
ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspeição do procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, para atuar em investigação relacionada ao
presidente que está em tramitação na Corte. A defesa de Temer alega que o
procurador age de forma pessoal em ações contra o presidente.
O
pedido foi encaminhado ao ministro Edson Fachin, relator da denúncia
apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), mas que teve
prosseguimento suspenso por decisão da Câmara dos Deputados.
No mês passado, Janot denunciou o presidente Michel Temer ao Supremo
pelo crime de corrupção passiva. A acusação está baseada nas
investigações iniciadas a partir do acordo de delação premiada da JBS. O
áudio da conversa gravada pelo empresário Joesley Batista, um dos donos
da empresa, com o presidente, em março, no Palácio do Jaburu, também é
uma das provas usadas no processo.
No entanto, na semana passada, a Câmara não autorizou a abertura da ação penal.
Com a decisão, a denúncia deve ficar suspensa até o fim do ano que vem,
quando o presidente deixará o mandato e pode voltará a ser investigado
na primeira instância da Justiça ou novamente no Supremo, se assumir
algum cargo com foro privilegiado no governo federal.
Parcialidade
O
advogado Antonio Mariz, representante de Temer, acusa Rodrigo Janot de
parcialidade nas investigações. “Se ao contrário, assumir de pronto que o
suspeito é culpado, sem uma convicção da sua responsabilidade irá atuar
no curso das investigações e do processo com o objetivo de obter
elementos que confirmem o seu posicionamento prematuro.”, diz Mariz.
Na
ação, a defesa de Temer também cita uma palestra na qual Janot disse
que "enquanto houver bambu, lá vai flecha", fazendo referência ao
processo de investigação contra o presidente. “Parece pouco interessar
ao procurador se o alvo a ser atingido, além da pessoa física de Michel
Temer, é a instituição Presidência da República; as instituições
republicanas; a sociedade brasileira ou a nação”, diz o documento.