Quarta, 16 de agosto de 2017
Alex Rodrigues - Repórter da Agência Brasil
O ex-senador boliviano Roger Pinto Molina morreu esta madrugada
em um hospital público de Brasília. Molina vivia no Brasil desde 2013,
quando pediu asilo político afirmando perseguição por parte do governo
boliviano. No último sábado (12), o ultraleve que ele pilotava caiu em
Luziânia (GO), região do entorno do Distrito Federal. Único ocupante da
aeronave, o ex-senador sofreu múltiplos ferimentos e foi internado com
traumatismo cranioencefálico.
Segundo a Secretaria de Saúde do
Distrito Federal, Molina sofreu uma parada cardiorrespiratória e faleceu
às 4h43 de hoje (16), na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital
de Base do Distrito Federal, onde estava internado desde sábado (12),
sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. O corpo do político
boliviano foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML).
Eleito
por um partido de oposição ao presidente boliviano Evo Morales, Molina
tornou-se conhecido no Brasil em 2012, quando se refugiou na embaixada
brasileira na Bolívia, onde viveu alguns meses na condição de asilado
político. Para deixar seu país, o ex-senador precisava da concessão de
um salvo-conduto, ou seja, de uma permissão para que pudesse transitar
pelo território boliviano sem ser preso.
Como as autoridades
bolivianas não concediam a autorização – alegando que o político tentava
escapar a um processo por suspeita de causar danos econômicos ao Estado
da ordem de US$ 1,7 milhão – funcionários da embaixada brasileira
decidiram transportar Molina até o território brasileiro a bordo de um
carro oficial, que não foi parado durante todo o trajeto entre La Paz e
Corumbá (MS).
A operação foi autorizada pelo então chefe de
chancelaria da embaixada, ministro Eduardo Saboia, que substituía,
temporariamente, o embaixador brasileiro Marcelo Biato. À época,
autoridades do governo boliviano pediram explicações ao Brasil. Em meio à
polêmica, o então ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota,
pediu demissão do cargo.
A Aeronáutica investiga as causas do
acidente. No domingo (13), investigadores do Sexto Serviço Regional de
Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos estiveram no local do
acidente para fazer registros fotográficos, coletar documentos e
entrevistar pessoas que testemunharam a queda da aeronave.
“O
objetivo da investigação realizada pelo Centro de Investigação e
Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e pelos seus serviços
regionais é prevenir novas ocorrências com características semelhantes”,
diz nota oficial divulgada pelo órgão.