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(Millôr Fernandes)

sábado, 20 de janeiro de 2018

OS Vitale, a mesma do escândalo da saúde em Campinas, dá calote nos trabalhadores da Santa Casa de Bariri; Prontos-socorros estão sucateados enquanto OS fatura R$37 Milhões pra gerir pessimamente Upa

Sábado, 20 de janeiro de 2018
Do site Ataque aos Cofres Públicos
Com informações do JCNet

Salário dos trabalhadores deveria ter sido depositado no quinto dia útil deste mês.


A Vitale Saúde, que gerencia a Santa Casa de Bariri, no interior de São Paulo, não pagou o salários referentes ao mês de dezembro dos funcionários do hospital. Os pagamentos deveriam ter ocorrido no quinto dia útil do mês.

A organização social é a mesma que protagonizou o esquema de desvio de recursos no Hospital Ouro Verde em Campinas. Saiba mais aqui.

O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de Jaú e Região (Sindsaúde) está cobrando o pagamento dos 135 funcionários do hospital e denuncia que os prazos iniciais dados pelo hospital para fazer o pagamento de dezembro venceram nos dias 12 e 16. Na reunião de da última segunda-feira (15), a Santa Casa solicitou novo prazo, desta vez até quinta-feira (18) ou até a liberação de um recurso no valor de R$ 314 mil por parte do governo federal relativo aos procedimentos do Sistema Único de Saúde (SUS).


“O prazo máximo para pagar os funcionários é 18 de janeiro. Se no dia 18 a Santa Casa não pagar, vamos preparar uma assembleia para decidir se vai ter a paralisação dos trabalhadores”, informou a presidente do Sindsaúde, Edna Alves. No dia 15, a Santa Casa recebeu R$ 316 mil da Prefeitura de Bariri referentes ao convênio para a gestão do Pronto-Socorro (PS).

A história se repete em looping nesta e em outras tantas cidades brasileiras adeptas da terceirização dos serviços públicos. Especialmente na saúde, as OSs chegam como promessa para tornar o atendimento de hospitais, UPAs e demais unidades mais eficiente.  Claro que isso não acontece porque elas são empresas. Visam lucro em uma área que não concebe essa lógica (saúde pública). Por isso elas sempre custam mais aos cofres públicos. Sendo assim, os governos sofrem para manter os repasses em dia. O atendimento que já era ruim fica pior com terceirizados contratados de forma precária e recebendo seus direitos com atrasos. E em muitos casos as OSs atuam como quadrilhas, superfaturando compras e inflando números no que se refere à produtividade para desviar recursos.

Tudo isso já é filme repetido com final mais do que manjado. Por isso, o caminho é mobilização para acabar com essa modalidade de gestão e lutar por um SUS 100% público e de qualidade.

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PSs de Santos estão sucateados enquanto OS fatura R$ 37 milhões pra gerir pessimamente a UPA terceirizada

No PS da ZN o aparelho de Raios X está quebrado há semanas. No antigo PS Central elevador não funciona há mais de 3 anos, há baratas, equipamentos quebrados e péssimas condições de trabalho. Já para a OS FUABC, que atua na UPA campeã de reclamações, nunca falta dinheiro. Pelo contrário. Os repasses vão aumentar em R$ 3 milhões.

Fonte: A Tribuna
  
O Governo de Santos fez sua péssima escolha de terceirizar parte da rede de Saúde. A escolha está sendo mantida até o fim, mesmo que custe riscos à saúde da população.

Os reflexos do projeto privatista de Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) renderam mais uma manchete de jornal nesta quarta-feira (17). O Jornal A Tribuna publicou algo que a população da Zona Noroeste já sabe, pois enfrenta rotineiramente: há semanas o aparelho de Raios-X do PS local está quebrado e sem previsão de conserto. As pessoas que precisam ser radiografadas estão sendo orientadas a procurar outras unidades.

Veja a matéria:


Em outro ponto da cidade, mais precariedade nas condições de trabalho.

O antigo PS Central, hoje chamado de Hospital de Pequeno Porte (HPP), enfrenta problemas incompatíveis com uma unidade de saúde. O único elevador que sai do térreo para receber pacientes graves e acamados está quebrado há mais três anos. O outro elevador que sai do primeiro andar não comporta macas maiores. Mesmo assim, para transportar pacientes que chegam de ambulância é preciso empurrar a maca por uma rampa totalmente inadequada, íngreme e descoberta. Um profissional sozinho não consegue fazer esse serviço.

O prédio também está literalmente entregue às baratas.

Em dezembro o Ataque aos Cofres Públicos recebeu imagens que mostram os insetos passeando livremente pelos leitos de uma das enfermarias.


Um outro vídeo flagra jatos d’água saindo do bico de ar, de onde deveria sair oxigênio para os pacientes. Isso acontece, segundo os funcionários e usuários, por conta da falta de manutenção e das infiltrações de água no local.


Também já mostramos que no antigo PS não existem poltronas para os acompanhantes, que acabam dormindo no chão da unidade, ao lado dos leitos dos parentes acamados.

Sucateamento X Terceirização

Não é de hoje que o prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB) tem permitido o sucateamento das unidades de Saúde. Em relação aos prédios mais antigos, como o PS da Zona Noroeste e o antigo PS Central, a falta de manutenção sempre foi recorrente, embora houvesse antes um esforço de esconder a realidade. Agora sabemos que até mesmo os prédios novos estão sendo abandonados. Por que será?

A falta de dinheiro no caixa municipal é um argumento verdadeiro e também muito conveniente. Afinal, a política do atual governo é justamente essa: deixar os serviços sucateados, alegando problemas financeiros, até que se possa justificar a mudança de gestão para as Organizações Sociais (OSs).

O fato é que, ao entregar algumas unidades para as tais entidades (na verdade, empresas), o Município consome muito mais do orçamento da saúde, deixando o cobertor ainda mais curto. É um efeito cascata, que vai piorando cada vez mais a saúde como um todo, uma vez que as unidades geridas por OSs também perdem qualidade. Neste caso, por razões distintas, já que para estas empresas não faltam gordos repasses. O que falta é o comprometimento dos empresários das OSs para com o SUS e com as pessoas. O que falta é transparência no uso do dinheiro público da Saúde, geralmente desviado para fins particulares.

Para se ter uma ideia, a cada dois meses a OS Fundação do ABC consome uma verba equivalente ao valor total gasto na obra da Policlínica São Bento, unidade cujo teto despencou em dezembro do ano passado. Ainda assim, a unidade gerida pela empresa de forma terceirizada é unanimidade em reclamações dos usuários.

Se os recursos chegam em boa quantidade e sem atrasos para a gestora, por que os pacientes saem insatisfeitos da UPA? O que a Fundação do ABC faz com o dinheiro enviado religiosamente à unidade da Vila Mathias e que falta nos outros serviços com gestão direta, como os PSs Central e da Zona Noroeste?