Imprensa é oposição. O resto é armazém de secos e molhados."

(Millôr Fernandes)

quinta-feira, 25 de janeiro de 2018

No ano em que o GDF desenhava o Instituto, Hospital de Base teve queda de 11% nos atendimentos

Quinta, 25 de janeiro de 2018
Cardiologia é o caso mais grave com redução de 57% nos atendimentos


25/01/2018 
Por SindSaúde DF
Imagens: Peter Neylon 

O histórico dos últimos três anos no atendimento do Hospital de Base do Distrito é muito preocupante. O número de pacientes atendidos seguiu em queda e, de 2016 para 2017, caiu 11%. O caso mais preocupante é na Cardiologia, onde a queda de atendimentos foi de 57%.

“Enquanto o governo traçava seus planos para criar o Instituto e se ocupava de conquistar os deputados, a população não conseguia atendimento nas filas do Base, que já foi unidade de referência em atendimento público”, destaca a presidente do SindSaúde, Marli Rodrigues.

Em 2015, o Hospital de Base registrou 174.673 atendimentos em todas as especialidades. Em 2016, já houve pequena queda e o número de atendimentos foi de 172.341. A situação crítica foi justamente em 2017, quando o número caiu para 153.462.

Na Cardiologia, em 2016, tinham sido 11.800 atendimentos. Em 2017, foram 4.900. Procurada pela reportagem do SindSaúde, a direção do Instituto Hospital de Base informou que: “na área de cardiologia houve redução nos atendimentos em virtude de aposentadorias, exonerações e interrupção no uso de horas extras”.

“Que explicação desse desgoverno, hein? Então se faltou pessoal nada se faz? Deixa o atendimento em última opção? É claro que o governo estava, durante todo o ano de 2017, preocupado apenas em entregar o Base a uma administração super questionada via Instituto. Para quê contratar servidores novos se eles já planejavam essas contratações via CLT para quando o Instituto fosse aprovado? Eles tinham certeza que os planos diabólicos deles dariam certo. Mas esqueceram que antes de tudo tinha paciente morrendo à espera de atendimento”, critica Marli Rodrigues.

Implementado em 12 de janeiro de 2018, o Instituto do Hospital de Base promete um aumento de 20% no atendimento até o fim deste ano. Para a sindicalista, mesmo que ele ocorra, não será sentido pela população.

“Se já houve 11% de redução, essa proposta deles cai por água abaixo. Precisa de um crescimento muito maior para o atendimento pelo menos ser digno”, finaliza.

Nesta quarta-feira (24), reportagem exclusiva do SindSaúde mostrou que, mal começou o Instituto e o GDF não tem dinheiro para pagar servidores do IHBDF. (Clique aqui e leia especial completa).